Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 24 de abril de 2010

Tudo contaminado. A intervenção federal é o caminho

Sábado, 24 de abril de 2010
Como a CLDF apenas faz de conta que apura casos de corrupção dos seus parlamentares e do governo, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) está apurando o rumoroso caso da corrupção que teria envolvido a aprovação da “Lei do Passe-Livre”.
A CLDF (Câmara Legislativa do Distrito Federal) se fingiu de morta quando o empresário Valmir Amaral, dono de empresas de ônibus que operam em Brasília, irrompeu na sala do na época presidente do Legislativo do DF, "o deputado das meias" Leonardo Prudente. Nessa ocasião ele denunciou que houve corrupção braba de distritais para que emendassem o projeto da “Lei do Passe-Livre”, para que empresários de ônibus fossem beneficiados com milhões do dinheiro público.
Com toda a imprensa na sala esperando as “explicações” de Leonardo Prudente sobre as indecentes cenas filmadas por “Produções Durval Barbosa”, que mostraram o deputado enchendo bolsos e meias com dinheiro de propina, Valmir Amaral aproveitou a oportunidade e declarou que deputados tinham recebido grana, muita grana, para aprovar o projeto. E depois teriam recebido outra bolada para derrubar veto do governador ao projeto.
Além de ir à CLDF fazer as denúncias à imprensa, Valmir Amaral foi ao Ministério Público e contou a história. Agora o MPDF, que não enrola, como faz a Câmara, quer ouvir os acusados pelo empresário. Já ouviu o deputado Leonardo Prudente que, no depoimento, teria ficado em dúvida se ele era ele mesmo. Isto é, achava que o Leonardo acusado de corrupção pelo empresário seria outro.
O Núcleo de Combate ao Crime Organizado (Ncoc), do PMDFT, vai convocar os distritais Eurides Brito (PMDB), Benício Tavares (PMDB) e o deputado federal Alberto Fraga (DEM). Fraga disse que se for convocado não comparece.
O Correio Braziliense de hoje, com reportagem da jornalista Lilian Tahan, trás importantes informações sobre o caso. Leia “MP investiga suposta propina”