Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

domingo, 23 de maio de 2010

Minha Brasília enguiçada

Domingo, 23 de maio de 2010
Propaganda caríssima de meia página em jornais e veiculação de peças na TV é o que o governo está fazendo. Tudo isso para dizer que vivemos “Um novo tempo” e que “Brasília não vai parar”.

Só pára quem está em movimento e, infelizmente, o Executivo e o Legislativo de Brasília se encontram paralisados. Não saem do lugar. A CLDF até que de quando em vez tem se movimentado. Mas para trás.

A Brasília da propaganda não é, certamente, a Brasília real.

Quem observa o caos que ocorre nos hospitais, na segurança pública, na educação, nos transportes públicos, na Câmara Legislativa do Distrito Federal, entende o porquê de não vivermos “um novo tempo”, mas os tempos herdados do governo passado, do qual o atual é tão somente o prosseguimento.

Secretários de governo são os mesmo de Arruda, ou são os indicados pelos que lá estavam enquanto o governador cassado mandava e desmandava —desmandava mais do que mandava. Administradores regionais são ainda os nomeados por Arruda. Poucos mudaram, mas mesmos estes são indicados pelas forças que se beneficiavam (e como se beneficiavam!) no governo anterior.

A campanha não passa de uma tentativa de fazer com que a população acredite que é diferente o que é igual. Sinaliza, na verdade, o medo, o pavor, que ainda os poderosos do DF têm de uma possível intervenção federal, coisa que colocaria em risco o estado de coisa que, segundo o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, não passa de uma faz de conta, de uma simulação em fazer as coisas.