Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O arrocho

Quinta, 25 de novembro de 2010
Do site "Auditoria Cidadã da Dívida"
A confirmação hoje [24/11] da equipe econômica do próximo governo também confirmou os alertas feitos em diversas edições anteriores desta seção, que apontam para severas medidas de ajuste fiscal em 2011, às custas do povo, para se manter e aprofundar a política de pagar uma questionável dívida, que deveria ser auditada, segundo a Constituição Federal.

Os jornais mostram as falas de Guido Mantega logo após ser confirmado como Ministro da Fazenda do próximo governo, de que “Nós estamos empenhados em preparar um programa em que nós vamos reduzir uma série de despesas, principalmente de custeio”. "Isso significa que vamos manter superávits primários que permitem reduzir déficit nominal e dívida pública brasileira."

O Portal G1 anuncia que “o governo Dilma vai promover um corte de mais de 20 bilhões de reais no Orçamento de 2011”, e mostra outra fala de Mantega: “Do ponto de vista estrutural, a redução de gasto do governo (...) não será pequena, vai ser uma redução substancial', disse. 'A orientação (da presidente eleita) foi 'mão pesada''.

Segundo Mantega, o governo cumprirá “superávit primário” de 3,1% do PIB em 2011 sem o abatimento de investimentos do PAC, o que em bom português, significa que a reserva de recursos para o pagamento da dívida irá aumentar no ano que vem. Mantega também diz que “'não é oportuno darmos aumentos' para o funcionalismo público em 2011”, e que a proposta de reforma tributária de 2008 será retomada, ainda que fatiada. Uma das medidas é reduzir a contribuição previdenciária patronal sobre a folha, medida esta já criticada pelo “Movimento em Defesa dos Direitos Sociais“

Ao mesmo tempo, o futuro presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em recado direto aos rentistas, confirmou que “a presidente eleita, Dilma Rousseff, nas longas conversas que teve com ele no processo de escolha do seu nome para comandar a autoridade monetária, afirmou que não há "meia autonomia, mas autonomia total". Ainda segundo o Portal G1, “Tombini disse que vai exercer essa autonomia para perseguir o objetivo do Banco Central, que é atingir a meta de inflação, de 4,5%.”

Ou seja: o Banco Central continua livre para praticar uma política de juros altíssimos, que faz a farra dos rentistas às custas do povo, sob a justificativa de controlar a inflação.

Por fim, a futura Ministra do Planejamento diz que “É possível fazer mais com menos”, dando a entender que o problema principal dos gastos públicos seria o suposto desperdício de dinheiro com determinadas áreas sociais, e não a destinação da maior parcela do orçamento para o pagamento de uma questionável dívida, que jamais foi auditada, em flagrante violação da Constituição Federal.
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