Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Filha do ex-presidente Rafsandjani é detida durante protesto na capital iraniana

Domingo, 20 de fevereiro de 2011

Da Agência Lusa

A filha do ex-presidente do Irã Ali Akbar Rafsandjani, Faezeh Hachemi, foi detida no início da tarde de hoje (20), no centro de Teerã, quando dizia slogans incitando as pessoas a se manifestar contra o regime. Hachémi foi libertada, depois de alegar que saiu para comprar roupas.

Na última vez que a filha de Rafsandjani foi detida, tinha dito às autoridades que tinha saído à rua para comprar comida.

A agência oficial de notícias, Irna, e a Fars, uma agência próxima do governo, tinham anunciado hoje a detenção de Hachémi afirmando que ela gritava "slogans provocadores", dirigindo-se a um grupo de "contrarrevolucionários e de desordeiros".

Segundo testemunhas e vários sites da oposição, as forças de segurança que agiam no centro da capital iraniana dispersaram hoje tentativas de protestos da oposição nas principais praças e avenidas da cidade.

Enquanto isso, a agência Fars afirmava que a situação estava “totalmente calma” em Teerã.

Os correspondentes estrangeiros não estão autorizados a fazer a cobertura das manifestações, de acordo com uma proibição em vigor desde o início das manifestações antigovernamentais após a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad.

Segundo os sites Kaleme e Sahamnews, houve concentrações durante a tarde em várias praças e avenidas do centro de Teerã. As forças antimotim e as milícias islâmicas, destacadas em massa, tentaram impedir as concentrações e usaram gás lacrimogênio, indicaram os sites da oposição.

O Sahamnewz deu também conta de concentrações de opositores nas cidades de Isfahan (centro) e Shiraz (sul).

Os sites da oposição tinham incitado as concentrações antigovernamentais hoje para assinalar o sétimo dia após a morte de dois jovens durante uma manifestação.

As autoridades lançaram sábado uma advertência firme contra qualquer nova tentativa de manifestação “ilegal”, depois da do dia 14 de fevereiro, que também causou feridos e numerosas detenções.