Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Desavergonhou de vez

Segunda, 30 de maio de 2011
De repente, mais do que de repente, como uma mágica que tão bem os senadores sabem fazer, o Senado apagou da história do país os lamentáveis acontecimentos que resultaram no impeachment de Fernando Collor de Mello. Ao ser reinaugurada hoje (30/5) a galeria do chamado “túnel do tempo” não é que foi jogado para debaixo do tapete o processo de impedimento de Collor? Sumiu! Ninguém viu! Escafedeu-se, como diria Luiz Gonzaga.

Para suas Excelências, aquelas fotos de passeatas, protestos e caras pintadas na rua e em cima da cúpula do Senado, não existiram. Se existiram, não deveriam ser mostradas. Se mostradas teriam que desaparecer. Desapareceram.

Desse jeito, talvez heróis como Tiradentes gostariam que lhe poupassem de tamanha vergonha.

E o presidente da Casa, senador José Sarney, ainda justifica a “borrachada” na história. Tinha que ser ele. Ou alguém igual a ele.

É o que faz essa lambança que é a política no Brasil. Onde inimigos ideológicos e éticos de ontem trocam hoje beijos, abraços, juras de amor, fidelidade, favores...e governam juntos.