Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 5 de maio de 2011

FMI continua mandando. E o governo brasileiro aceitando

Quinta, 5 de maio de 2011
                                                       Google Imagem
O cavalo da imagem pelo menos resiste à brida, às esporas, às rédeas, à chibata.

Festas e loas quando, ainda no governo Lula, se anunciou que por ter o Brasil pago o que devíamos ao Fundo Monetário Internacional —FMI— estávamos livres das rédeas, da chibata, da brida e das esporas com as quais ele dirigia, conduzia, a economia brasileira.  Pagamos alguns bilhões de dólares, mas valor correspondente a bem menos do que os custos que temos mensalmente com a dívida.

Essa história rendeu até um bom gancho para a campanha de Dilma Rousseff onde, por diversas vezes, ela afirmava que estávamos livres do FMI. Até no discurso de posse ressaltou a nossa liberdade frente às imposições do FMI. Dívida, segundo ela, já era uma coisa do passado.

Ledo engano! Continuamos com uma dívida esterna já superior aos 370 bilhões de dólares. Pior, outra dívida cresceu assustadoramente para que pudéssemos honrar o pagamento dos juros e encargos da dívida externa. Essa é a dívida interna, que já supera os dois trilhões e 500 bilhões de reais. O governo passou a trocar dívidas (externas) pelo qual pagava juros de 4 ou 5 por cento ao ano, por dívida interna, por dinheiro tomado no mercado financeiro brasileiro, pagando agora juros de Selic, que gira em torno dos 11 a 13,5 por cento ao ano. Este juro é o mais elevado do planeta. Somos, pelo menos nisso, o campeão mundial.

E os bancos estrangeiros se aproveitam dessa péssima estratégia do governo, passando a credores também da dívida interna.

O governo brasileiro deu uma daquele consumidor final que troca sua dívida junto a uma loja, onde pagava juros de 2% ao mês, por outra dívida no cheque especial, onde passaria a pagar 12%. Estranha decisão, muito estranha. É por isso que o Brasil é o país onde os bancos mais ganham, sejam eles nacionais (???) ou genuinamente estrangeiros.

Esta semana o FMI divulgou no México o relatório “Perspectivas Econômicas: As Américas”. Nele é receitado novamente o velho e péssimo veneno: aumentar juros (olha os bancos aí, gente!) e restringir ainda mais os gastos dos governos.

Aumentar juros é encher ainda mais as burras dos banqueiros internacionais e brasileiros. Conter gastos é aumentar as filas e mortes nos hospitais do país, facilitar o aumento da violência, destroçar a educação, deteriorar a infra-estrutura do país, contribuir também para um transporte público de péssima qualidade.

Sobre esta estratégia criminosa do FMI, veja aqui como o Brasil tem se comportado.