Domingo, 22 de maio de 2011
Cultura política brasileira dispensa de explicações autoridades como Palocci
Flagrante desonestidade. Assim o juiz da corte criminal de Londres
justificou na última sexta-feira a condenação do ex-parlamentar
britânico Elliot Morley a um ano e quatro meses de prisão. Morley
admitiu ter usado o auxílio-moradia para embolsar 30.000 libras de
hipotecas já quitadas. Foi um dos 170 parlamentares acusados em 2009 de
usar a verba de forma irregular. O escândalo provocou a renúncia do
presidente da Câmara dos Comuns, Michael Martin, que assumiu ter falhado
na tarefa de zelar pela ética no Parlamento.
No mesmo ano, no Brasil, outra flagrante desonestidade vinha à tona sem
mobilizar a Justiça, motivar renúncias ou provocar punições. Mais de
200 parlamentares fizeram turismo com cotas de passagens aéreas
exclusivas para viagens de trabalho. Fretaram jatinhos e bancaram o
transporte de parentes, amigos e cabos eleitorais. Uma farra.
Pressionados, alguns devolveram o valor das passagens, sem se desculpar.
Foi como se tudo não passasse de um engano.