Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Brasil: "crescimento" econômico para quem? Em que condições?

Quarta, 22 de junho de 2011

Publicado em resistir.info
Por Marco Antonio Villela dos Santos, economista.

Em seu discurso durante recente visita à China, em evento que reuniu os principais expoentes das empresas chinesas, a presidente brasileira fez questão de ressaltar qualidades ímpares do Brasil que vão ao encontro da avidez capitalista por lucros: a estabilidade econômica e a estabilidade política.


Nos discursos lá e cá, realmente, parece que o país experimenta um período de crescimento e otimismo, e ainda "um profundo sentimento de autoestima de nosso povo", completaria a presidente. É este o Brasil em que vivemos? Este é o Brasil dos trabalhadores brasileiros? Há motivos para esse tipo de otimismo? Para quem o Brasil cresce? Em que direção se dá esse processo? Em que contexto, sob que condições?


Iniciaremos a análise tratando do contexto internacional.


1. Conjuntura internacional

1.1 Crise do imperialismo



Em 2009, na avaliação dos desdobramentos da chamada "crise do subprime", e com a queda do quarto maior banco de investimentos dos EUA (Lehman Brother), em agosto de 2008, caracterizamos o atual estágio da crise do capitalismo, do imperialismo como:

"Uma conjuntura em que a crise latente e prolongada (desde o início da década de 1970) do imperialismo encontra-se em uma fase aberta, mais aguda, (...) com tendência a se aprofundar e se arrastar por longo período. Não é uma crise localizada, do subprime, da esfera financeira, como inicialmente trataram de alardear os arautos das classes dominantes. É uma crise do processo de acumulação capitalista, de sobreacumulação de capital e superprodução de mercadorias.


Do ponto de vista do marxismo, as crises econômicas do capitalismo são inevitáveis, são resultado das contradições inerentes deste modo de produção, como a tendência à queda da taxa média de lucro, o permanente processo de concentração e centralização do capital, a contradição entre a produção social e apropriação privada, a concentração de riqueza em um polo e miséria no outro." 
Podemos afirmar hoje que a crise do capitalismo, do sistema imperialista, continua se aprofundando, com "idas e vindas", com "altos e baixos", arrastando-se, com repercussões diferenciadas em cada país, em cada formação econômico-social.

Na lógica do capitalismo, dos grandes monopólios, a "saída da crise" é aprofundar a intensificação da exploração do proletariado, em especial a opressão e exploração dos povos (e riquezas naturais) dos países dominados. O ritmo, o grau desse processo e seu êxito ou fracasso são determinados em última instância pela conjuntura da luta de classes, pelo nível de resistência dos explorados e oprimidos em nível internacional e nacional, de acordo com a inserção de cada país no sistema imperialista. 

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