Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Postos da PM impedem que quase dois mil policiais saiam às ruas

Segunda, 26 de junho de 2011
Google Imagem    Os kinders ovos do DF são verdes e brancos
O Correio Braziliense de ontem (26/6) publicou reportagem revelando o que já se sabia. Que a população de Brasília questiona a eficiência dos postos comunitários da PM, os apelidados kinders ovos.

Que tais postos não apresentam qualquer vantagem para o policiamento da cidade, todos sabem há muito tempo. São ineficientes ao extremo, pois não policiam nada. O que fazem é retirar um efetivo enorme de policiais das ruas.

Os caríssimos elefantes brancos, meninas dos olhos da (in)segurança pública do tempo do governador que ficou na Papuda, são atualmente em número de 119. Se levarmos em consideração que a cada plantão de 24 horas trabalham quatro policiais militares, e que esses têm folga de 72 horas após cada plantão (três dias), chegamos a 16 soldos imobilizados nos postos durante cada semana. Assim, 16 militares vezes 119 postos, encontramos uma conta de 1.904 policiais subutilizados, pouco ou quase nada contribuindo para o policiamento ostensivo.

Cada posto possui uma torre onde deveria ser instalado equipamento de observação da redondeza. A torre existe, os equipamentos não.

O povo sabe que os postos são ineficientes. E não só o cidadão comum, aquele que é o mais atingido pela insegurança de nossas ruas. O tenente-coronel da PM, Charles Magalhães, chegou a ser preso em abril de 2010 por ter registrado em documento o fato da ineficiência de tais postos.

Ineficientes e caríssimos. Em junho de 2010 o deputado distrital Chico Leite (PT) declarou que os gastos apenas com a estrutura plástica dos postos foram de R$18 milhões. Na época o deputado alertou que essa dinheirama —e veja que na época havia apenas 109 kinders ovos— daria para a aquisição de 210 carros modernos para o policiamento. Claro está que os carros dariam mobilidade ao policiamento, coisa que os postinhos só fazem prejudicar.

Naquela época, junho de 2010, o deputado petista denunciou que as construções dos postinhos foram contratadas sem licitação. “Espanta ver que esses postos – feitos de material plástico – custaram tanto dinheiro. Se adicionarmos o gasto com fundação, terraplenagem e informatização, cada unidade custou cerca de R$220 mil reais”, declarou Chico Leite à época.

Durante a campanha eleitoral de 2010 Agnelo Queiroz teceu fortes críticas aos postos. Chegou a assumir o compromisso que os transformaria em instalações para a saúde e outros atendimentos à população. Ganhou a eleição, mas nada mudou. Os kinders ovos resistem como símbolo de um policiamento mal planejado.