Quinta, 28 de julho de 2011
Da Agência Brasil
Quase todos os brasileiros consomem mais sal do que
o recomendado pelos órgãos nacionais e internacionais de saúde - 2.200
miligramas/dia (mg/dia). A análise de consumo alimentar pessoal, da
Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), divulgada hoje (28), no Rio de Janeiro,
mostra que, no caso dos jovens, o dado é ainda mais alarmante. Mais de
81% dos meninos e de 77% das meninas, todos com idade entre 10 e 13
anos, ingeriram mais sódio do que o valor máximo tolerável. Entre os
meninos nesta faixa etária, 10% consumiram mais do que o dobro desse
limite.
O analista do IBGE André Martins considera preocupante o índice de
consumo de sódio em todas as faixas etárias no país. “Nas médias, por
classe de idade, do consumo diário esperado de sódio, 90% das pessoas
consomem acima do limite esperado. E se olhar os 10% que consomem mais,
vai ver que o mínimo de consumo dele já é o dobro da recomendação
diária.”
A média populacional de ingestão de sódio no Brasil ultrapassa 3.200
mg/dia. Em uma das análises do levantamento, os pesquisadores
relacionaram o consumo elevado de sódio ao consumo de pizza, carnes
processadas, salgadinhos industrializados, biscoitos recheados e
refrigerantes.
Entre os rapazes com idade entre 14 e 18 anos, e adultos, entre 19 e
59 anos, pelo menos 10% de cada um desses grupos relataram um consumo
diário de 5.200 miligramas. Para o pesquisador André Martins é possível
apontar uma relação desse consumo inadequado com a alimentação fora de
casa que, pela primeira vez, foi considerada na Pesquisa de Orçamentos
Familiares (POF). De acordo com o levantamento, essa alimentação na rua
representa 16% da média de energia consumida pelos brasileiros – que
variou entre 1.490 e 2.289 quilocalorias (kcal).
A pesquisa realizada em 13.569 domicílios brasileiros mostrou também
o consumo abaixo do recomendado entre quase todos os adolescentes, de
14 a 18 anos, de micronutrientes, como cálcio (95,1% dos rapazes e 97,3%
das moças) e vitaminas D (para 99,4% e 98,8%) e E (99,9% e 100%). No
caso destes jovens e dos idosos acima dos 60 anos, o consumo baixo de
vitamina E é o mais comum. Entre os adultos, entre 19 e 59 anos, a maior
inadequação de consumo de micronutrientes foi da vitamina D (99,6% dos
homens e 99,2% das mulheres) e E (99% e 100%, respectivamente).