Sexta, 29 de julho de 2011
Da Pública
Por Dan Coughlin e Kim Ives, do Haiti Liberté
Entre 2008 e 2009, a embaixada americana do Haiti se reuniu a portas
fechadas com donos de fábricas contratadas pelas marcas Levi’s, Hanes e
Fruit of de Loom com o intuito de bloquear o aumento de salários da
indústria têxtil do Haiti – que são os mais baixos do continente –
segundo documentos do Departamento de Estado americano.
Os donos das fábricas se recusavam a pagar 62 centavos por hora, o que equivale a 5 doláres por 8 horas de trabalho, conforme estabelecia uma medida aprovada por unanimidade pelo Congresso haitiano em 2009.
Nos bastidores, porém, os donos de fábricas tiveram o apoio vigoroso
dos EUA, da Agência de Desenvolvimento Internacional (USAID) e da
embaixada americana, segundo documentos da embaixada entregues ao Haïti
Liberté, parceiro da Pública, por meio do grupo de transparência
WikiLeaks.
Na época, o mínimo salarial diário era de 70 gourdes, ou 1 dólar e 75 centavos.