Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

"Agnelo: o camarada traidor"

Sexta, 21 de outubro de 2011
Postagem de hoje (21/10) da revista eletrônica QuidNovi

Por Mino Pedrosa
AGNELO: O CAMARADA TRAIDOR

A Polícia Federal saiu semana passada em busca de Daniel Almeida Tavares  e Marília Coelho Cunha envolvidos no processo da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária que corre em segredo de justiça. Os dois operadores de um esquema de propina na Agencia de Saúde do Governo Federal , durante a gestão do atual governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz, estão foragidos. A surpresa foi que Marília Coelho Cunha foi nomeada nesta 4ª feira, para um cargo no GDF, conforme o Diário Oficial de 19 de outubro de 2011, seção 2, página 36, mas está desaparecida.

A Polícia também não sabe de Daniel, mas o ex-funcionário do Laboratório União Química tem uma história para contar. Num fim de semana, quando Agnelo Queiroz estava à frente da ANVISA, o médico recebeu Daniel em sua mansão no Lago Sul. O governador do DF, levou Daniel para uma biblioteca no subsolo de casa, onde pouquíssimas pessoas costumam freqüentar. Daniel estava preparado para documentar o encontro desde a entrada na mansão de Agnelo. Alí, o  rapaz entregou  R$ 75 mil ao então dirigente da ANVISA como pagamento de propina efetuado pelo Laboratório União Química.

Agnelo reclamou a Daniel. Sentiu falta de R$ 5 mil na quantia combinada. O rapaz prometeu ao político depositar o dinheiro no dia seguinte. E o fez, através de transferência bancária via HSBC. Deste modo, Daniel recolheu mais uma prova contra Agnelo Queiroz.

Outro episódio que Daniel tem registrado é o presente que a União Química deu para o filho de Agnelo Queiroz: um pálio branco. Agnelo perguntou a Daniel o valor do carro e foi informado: R$ 30 mil. O Governador pediu que Daniel então vendesse o veículo e depositasse o dinheiro em sua conta bancária. O que foi feito em seis parcelas semanais, no mesmo HSBC.

A história de Marília Coelho Cunha é tão interessante quanto a de Daniel e envolve a mesma União Química. Marília foi Gerente de Inspeção e Controle de Insumos da ANVISA e responde processo de favorecimento ilícito ao Laboratório.

Essas informações não estão exclusivas de Daniel. Fazem parte também de um dossiê que o soldado quatro estrelas João Dias Ferreira tem em suas mãos sobre seu camarada Agnelo Queiroz. João Dias procurou Daniel e recolheu o material para tentar salvar, na época o então amigo de PC do B.