Quarta, 23 de novembro de 2011
Do Correio Braziliense
Ana Maria Campos
A
Justiça condenou o ex-presidente do Instituto Candango de Solidariedade
(ICS) Ronan Batista de Souza a mais oito anos e quatro meses de prisão
por peculato. Na decisão em processo que tramita em sigilo, ele é
acusado de desviar dinheiro público por meio do escritório de advocacia
de Robson Neves Fiel dos Santos, de quem é cunhado. O advogado foi
sentenciado à mesma pena. Com essa sentença, a mais recente, Ronan já
soma 22 anos e oito meses de cadeia. Robson tem 12 anos e oito meses
para cumprir. Todos os julgamentos levam em conta supostos desvios de
recursos por meio de transferências ao ICS. Enquanto as ações não
transitarem em julgado, ou seja, enquanto houver possibilidade de
recurso, eles poderão aguardar em liberdade.
As condenações são resultado do trabalho de investigação do Ministério Público do Distrito Federal a partir de 2004, quando um grupo de promotores esquadrinhou os contratos do governo feitos sem licitação por meio do ICS. A apuração apontou a existência de um esquema de corrupção pelo qual muito dinheiro saía fácil e sem controle do tesouro local para alimentar um grupo político e empresarial entre 1999 e 2006. No total, os principais ex-dirigentes do ICS já foram condenados a 54 anos de prisão em regime fechado e semiaberto. Todos os processos penais tramitam em segredo de Justiça.