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(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Guerra por controle remoto: conheça os fabricantes

Quarta, 23 de novembro de 2011
Da Pública Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo

Dez anos depois do primeiro ataque aéreo realizado por um avião sem tripulantes, representantes das empresas que os fabricam reúnem em Londres
Por Chris Wood, do Bureau of Investigative Journalism
O general da reserva dos EUA Kenneth Israel tinha pouco tempo para um punhado de manifestantes contra aviões não tripulados que se reuniam do lado de fora de um hotel luxuoso em Londres. Lá dentro, acontecia uma conferencia do setor que fabrica essas armas. Onde, perguntou ele, estão os protestos contra as armas que matam soldados aliados todos os dias nos fronts de guerra?

“Onde está a moral em usar indiscriminadamente bombas caseiras? Vocês acham isso uma guerra justa? Até hoje nenhuma matéria foi escrita sobre a mortalidade das bombas caseiras”, ele disse ao Bureau of Investigative Journalism, parceiro da Pública. “Os aviões sem tripulantes são tão imorais quanto as bombas caseiras que estão sendo usadas regiões onde, no final, civis acabarão perdendo suas vidas”.

Ex-subsecretário de defesa dos Estados Unidos, Israel agora ocupa o cargo de vice-presidente da empresa de armamentos Lockheed Martin, onde desenvolve projetos secretos.

Ele esteve em Londres em meados de novembro para presidir uma conferência sobre veículos não tripulados – os famosos aviões de ataque por controle remoto.

Dez anos atrás o primeiro ataque aéreo controlado remotamente era acertava o Afeganistão. A data precisa ainda é um segredo de estado, já que o ataque foi conduzido pela CIA. Mas provavelmente o alvo era Mullah Akhund, o número três do Talibã, atacado por uma aeronave do tipo por volta do dia 8 de novembro de 2001. Akhund sobreviveu, mas outros morreram.

Uma arma decisiva
Na última década aviões sem tripulantes se tornaram a arma decisiva na guerra contra o terrorismo.

Mas até hoje não se sabe precisamente quantas pessoas foram mortas por esse tipo de ataque. Uma investigação feita pelo Bureau descobriu pelo menos 2.300 mortos por ataques comandados pela CIA somente no Paquistão.

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