Quinta, 1 de dezembro de 2011
Da Agência Brasil
Luciana Lima - Repórter
A presidenta Dilma Rousseff pediu à Comissão de Ética
Pública da Presidência da República informações sobre os elementos que
motivaram o órgão a recomendar a demissão do ministro do Trabalho,
Carlos Lupi. A decisão foi tomada depois que Dilma se reuniu, no começo
da manhã de hoje (1º), com Lupi. A ministra-chefe da Comunicação da
Presidência, Helena Chagas, informou que Lupi será mantido no cargo.
A ministra acrescentou ainda que Lupi disse à Dilma que vai apelar à
comissão para que reconsidere a recomendação de demissão. Ao ser
questionada sobre a reação da presidenta em relação à recomendação, a
ministra definiu: “[Dilma] reagiu com naturalidade, mas ela quer se
aprofundar [na análise]”.
Na edição de hoje do jornal Folha de S.Paulo há a informação
de que Lupi ocupou, por quase cinco anos, dois cargos de assessor
parlamentar em órgãos públicos – na Câmara dos Deputados, em Brasília, e
na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Helena Chagas disse ainda que o
ministrou se comprometeu a prestar explicações sobre o assunto a Dilma.
Segundo a ministra, Dilma quer verificar pessoalmente todos os
elementos, analisados pelos conselheiros da comissão na reunião de ontem
(30) que levou à recomendação da demissão. Ela também quer ter em mãos a
ata com as observações feitas durante o encontro.
A recomendação da comissão foi tomada por unanimidade. A decisão se
baseou em reportagens sobre um suposto esquema de favorecimento e
cobrança de propinas no Ministério do Trabalho, além do uso irregular de
um jatinho alugado pelo empresário Adair Meira, durante viagem ao
Maranhão. O empresário é responsável por organizações não governamentais
que mantêm convênio com o Ministério do Trabalho.