Sexta, 16 de dezembro de 2011
Um suplente
de senador diz que Agnelo Queiroz lhe ofereceu dinheiro em troca da
desistência de candidatura que favoreceria empresário
NO MEIO DO FOGO O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Ele agora é acusado por um ex-aliado (Foto: Edilson Rodrigues/CB/D.A Press ) |
Ao longo de 2011, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz
(PT), gastou boa parte do tempo com explicações sobre ligações obscuras
com ongueiros, lobistas e empresários. Agora, um ex-petista, Hélio José
Lima, suplente do senador Rodrigo Rollemberg (PSB), conta mais uma
história constrangedora para Agnelo. “Agnelo me ofereceu dinheiro para
eu desistir da candidatura. Não vou detalhar valores. Mas foi uma
quantia vultosa”, disse Lima em entrevista a ÉPOCA. “Ele queria indicar o
empresário Fernando Marques. É rico e daria suporte financeiro à
campanha. Eu era apenas um militante do partido.” Lima é servidor
concursado do Ministério de Minas e Energia.
Ele diz que ouviu a proposta de Agnelo poucos dias antes do registro da
candidatura. “Não aceitei chantagem, nem cargos, nem oferta
financeira”, afirmou. “Trata-se de mais uma denúncia criminosa,
inconsistente, vinda de mais uma fonte sem credibilidade”, afirmou
Agnelo, em nota a ÉPOCA.
Fernando Marques é filiado ao PTB.Duas empresas dele, a União Química e
a Biolab, doaram R$ 300 mil à campanha de Agnelo. No período em que foi
diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Agnelo
concedeu à União Química um certificado necessário para a empresa
participar de licitações. Ex-funcionário da União Química, o lobista
Daniel Tavares disse que pagou propina a Agnelo para que o governador
favorecesse a empresa. Depois de mostrar um comprovante de depósito de
R$ 5 mil para Agnelo,Tavares mudou a versão. Disse que o valor era
relativo ao pagamento de um empréstimo e que fez a acusação pressionado
pela oposição.
A história de Lima é mais uma no enredo de confusões em que o
governador Agnelo mergulhou. Na semana passada, o deputado federal
Fernando Francischini (PSDB-PR) pediu a prisão de Agnelo em razão de
suspeitas de enriquecimento ilícito de membros de sua família, entre
eles a mãe e irmãos. Agnelo afirma que essas acusações também são
mentirosas.
Por MURILO RAMOS, da revista Época
Blog do Sombra