Quinta, 19 de janeiro de 2012
Da Agência Brasil
Débora Zampier, repórter da Agência Brasil
A espera de 13 anos para o primeiro julgamento do
assassinato da deputada Ceci Cunha terminou na manhã desta quinta-feira
(19) com a condenação dos cinco acusados a penas somadas de quase 500
anos de prisão. Depois de quase 24 horas de julgamento ininterrupto e
três dias de trabalho, o Tribunal do Júri da Justiça Federal de Alagoas
entendeu que o mandante do crime foi seu suplente à época, Talvane
Alburquerque, com a participação de quatro assessores.
Todos os cinco réus foram condenados por quatro homicídios
qualificados, com diversos agravantes, como assassinato por motivo torpe
e sem condições de defesa para as vítimas. Eles deverão cumprir a pena
em regime fechado. O juiz decretou a prisão preventiva dos réus enquanto
os recursos relativos ao caso ainda tramitam na Justiça. Os advogados
de defesa já afirmaram que irão recorrer das sentenças no Tribunal
Regional Federal da 5ª região.
As maiores condenações foram de Jadielson Barbosa da Silva e de José
Alexandre dos Santos, que receberam 105 anos de prisão cada um por ter
ficado provado que tiveram participação direta nos disparos que mataram
Ceci, o marido, o cunhado e a mãe do cunhado. Por ser o mandante, mas
não ter participado diretamente dos disparos, Talvane recebeu a segunda
maior pena, 103 anos e quatro meses.
Alécio César Alves Vasco foi condenado a 87 anos e 3 meses de prisão
porque sua participação foi considerda de menor importância pelos
jurados. Mendonça Medeiros Silva, acusado de ajudar na fuga, foi
condenado a 75 anos e 7 meses. O júri também estabeleceu uma multa de R$
100 mil a ser paga à família das vítimas.
A leitura da sentença, que estava prevista para a 0h45 (1h45 em
Brasília), começou por volta das 4h no horário local, após oito horas de
pausa para reflexão dos jurados. Depois do veredito, o advogado Welton
Roberto pediu que, antes de serem presos, os réus tivessem contato com
seus familiares. Também pediu o descarte do uso de algemas, assim como a
prisão especial para Talvane, já que ele tem formação em curso
superior. Todos os pedidos foram atendidos.