Sábado, 21 de janeiro de 2012
Da Agência Pulsar
A empresa alemã ThyssenKrupp está considerando vender a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), localizada na Zona Oeste da cidade no Rio de Janeiro. A Vale, que já detém 27% de participação no empreendimento, foi apontada como possível compradora.
A empresa alemã ThyssenKrupp está considerando vender a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), localizada na Zona Oeste da cidade no Rio de Janeiro. A Vale, que já detém 27% de participação no empreendimento, foi apontada como possível compradora.
A informação foi
divulgada ontem [19/1] pela revista alemã Manager, um dia antes do Encontro
Anual dos Acionistas da ThyssenKrupp, na Alemanha, que ocorre hoje (20).
Além de ser questionada sobre o empreendimento no Brasil, a empresa
também responderá sobre sua usina no Alabama, Estados Unidos.
A
ThyssenKrupp anunciou no começo de dezembro uma depreciação de 2,1
bilhões de euros por conta dos empreendimentos nas Américas. A maior
parte deste prejuízo, que em reais chega a 5 bilhões, é decorrente da
CSA, que fica no bairro carioca Santa Cruz.
Desde o
início das instalações no Brasil, em 2006, a CSA é acusada de crimes
ambientais e por desrespeito aos direitos humanos. As denúncias de
moradores e pescadores da região foram reforçadas por um estudo da
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que avaliou impactos sociais,
ambientais e na saúde.
A CSA chegou a ajuizar ações judicais contra pesquisadores, alegando danos morais.
Nesta semana, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou que a
petição de desistência, assinada no último dia 12, cancelou os processos
contra Hermano Castro e Alexandre Pessoa Dias, da Fiocruz, e Mônica
Lima, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).
Em
entrevista ao Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro (Senge- RJ),
Mônica afirmou que a retirada dos processos pela CSA é “fruto de
mobilização popular”, que deu visibilidade nacional e internacional às
causas. Para ela, é preciso fortalecer as manifestações para que tenham
fim “a degradação ambiental e os prejuízos à população” do entorno da
siderúrgica. (pulsar)