Segunda, 9 de janeiro de 2012
Da Agência Pulsar
A Vale está entre as concorrentes ao prêmio Public Eye Award (Olho do Público), organizado pelas ONGs Declaração de Berna e Greenpeace. Violações ambientais e dos direitos humanos podem levar a empresa ao posto de pior do mundo.
A Justiça nos Trilhos, a International
Rivers e a Amazon Watch fizeram a indicação da mineradora. De acordo com
as organizações, 16 comunidades às margens da Estrada de Ferro Carajás,
no Maranhão, são afetadas pela empresa. As cerca de 6,5 mil famílias
sofrem com a poluição do ar, com o aterro de igarapés, a contaminação de
córregos e o assoreamento de açudes.
Em Bom Jesus das Selvas,
com a chegada dos 2 mil homens para as obras de duplicação da ferrovia,
houve aumento da exploração sexual infantil, segundo o Centro de Defesa
da Vida e dos Direitos Humanos do município. Adolescentes se prostituem
em troca de roupas, sapatos ou quantias de 30 a 50 reais.
No
Espírito Santo, o projeto da Companhia Siderúrgica do Ubu, previsto para
ser instalado em Anchieta, deve ocupar as terras da Comunidade Indígena
da Chapada do A. A Funai reconheceu a tradicionalidade do povo
Tupinikim, mas a demarcação das terras ainda não aconteceu.
Em
relação a poluição atmosférica, em 2010 a emissão total de material
particulado foi de 6,6 mil toneladas, um aumento de 29% em relação a
2009. A emissão total de óxidos de nitrogênio foi de 110 mil toneladas e
a de óxidos de enxofre chegou a 403 mil toneladas neste mesmo ano.
A
exploração de recursos hídricos também é posta como problema pelas
organizações. Em seus negócios, a Vale utiliza 1,2 bilhões de metros
cubos de água por ano, o que corresponde ao consumo médio de 18 milhões
de pessoas.
Conhecido como o “Oscar da Vergonha”, o prêmio anual das piores empresas do mundo tem votação pela internet.
A Vale, que responde a 111 processos judiciais e 151 administrativos,
concorre este ano com a Samsung, a Barclays, a Freeport, a Syngenta e a
Tepco. (pulsar)