Sexta, 30 de março de 2012
E mais uma vez o Governo do
Distrito Federal trata com desdém os professores da rede oficial
A Câmara Legislativa realizou
ontem (29/3) à noite audiência pública em que foi discutida a questão de
reajuste para os servidores do governo, observando os limites da LRF —Lei de
Responsabilidade Fiscal.
E lá, evidenciando o desprezo do governador pelos professores e demais servidores do GDF, não compareceu Luiz Barreto, o novo secretário do Planejamento (mais uma das figuras importadas do governo federal). Também não deu as caras o professor, ex-líder sindical, e hoje secretário de Educação, Denilson Bento. Da mesma forma, não compareceu o também professor e agora secretário de Administração, Wilmar Lacerda. Com tanta falta de interesse, seria exigir de mais que Marcelo Piancastelli, secretário da Fazenda, aparecesse. Claro que não apareceu. Já o governador, seria impossível participar da audiência, pois, depois de eleito, parece que não está nem aí para dialogar com os funcionários.
Na audiência, o diretor de
Políticas Educacionais do Sinpro (Sindicato dos professores), Júlio Barros, fez
duras críticas ao elevado número de secretarias do GDF. Lembrou ele que, por
exemplo, a Bahia tem cinco vezes mais a população do DF, e dispõem apenas de 26
secretarias. Agnelo tem 36.
“O inchaço da máquina pública
prova que a Educação não é prioridade deste governo. A ausência dos
representantes do GDF nesta audiência é outra prova”, disparou o dirigente
sindical.
Uma das alternativas
apresentadas na Audiência de ontem para a solução do problema dos reajustes salarias é a
revisão da renúncia fiscal. A deputada Eliana Pedrosa lembrou que hoje essa
renúncia, concedida a alguns segmentos empresariais, chega a R$1 bilhão, e que
é exigência da Lei Orgânica do DF a revisão desta renúncia. Depois de dizer que
nenhuns dos governos anteriores procederam a essa revisão, indicou que se
houvesse a redução em 50 por cento, teria disponível mais R$500 milhões no
cálculo da LRF.
Um lembrete do Gama Livre: O governo
Agnelo pagou de publicidade diariamente (isso mesmo, diariamente) nos últimos
três meses de 2011 o absurdo valor de R$ 688 mil. Eis aí, até, uma das razões pelas quais
grandes veículos de comunicação —mas não só os grandes, como também vários jornalecos
e sites— não noticiam, com a frequencia exigida, as mazelas do DF. Dá até para
ter nojo de como alguns meios de comunicação tratam os grevistas da educação e
demais servidores. No fundo, no fundo, muita grana de publicidade rola.