Sexta, 23 de março de 2012
Da PúblicaAgência de Reportagem e Jornalismo Investigativo
A volta da bicicleta nas cidades
mexicanas, em especial na Cidade do México, representa a mudança social e
cultural mais importante em matéria de mobilidade dos últimos 100 anos
de história do país. Sua marca é a integração do transporte motorizado
com o não motorizado
A bicicleta começa a cumprir uma função que em poucos anos será
indispensável: ajudar os moradores das cidades a irem de suas casas até o
metrô, terminais urbanos ou trens, e dali para o trabalho ou escola. E
deste forma reduzir o uso de mais de 3 milhões de automóveis que
circulam diariamente na Cidade do México.
Estima-se que, em média, cada cidadão gasta duas horas de viagem por
dia, considerando ida e volta. Isto soma milhões de horas de atividade
não produtiva, já que número de viagens na zona metropolitana é de 22
milhões a cada dia.
A reaparição da bicicleta na cidade propicia, também, a utilização
dos espaços públicos, pois nos lugares onde ela está presente o ambiente
melhora – independente da região.
Foi o que aconteceu em 2010 com o Monumento à Revolução, uma região
esquecida que se regenerou e incluiu infraestrutura ciclista, travessias
seguras e cicloestacionamentos; logo abriram novos comércios,
restaurantes e cafés. De um lugar considerado de risco, se converteu em
um espaço público que hoje é convidativo aos cidadãos.
Em nível global, a bicicleta se tornou o símbolo do bem estar urbano.
Hoje já as vemos estabelecidas nos centros econômicos, políticos e
sociais mais importantes dos países que a adotaram como meio de
transporte seguro, ecológico e saudável.
Paris, por exemplo, tomou a iniciativa em julho de 2007, com sistema
público Velib (20 mil bicicletas). Assim a prefeitura de Paris deu um
novo rosto à bela cidade e a tornou ainda mais turística e atrativa. Da
mesma forma em Barcelona, Montreal e Londres, a bicicleta propiciou uma
nova fisionomia urbana; diminuiu o uso do automóvel; e a poluição. A
bicicleta torna os parques, a cultura, a educação e o comércio mais
acessíveis. Quando adequadamente planejado, seu uso permite uma
mobilidade sustentável baseada na interconexão com os sistemas públicos
de transporte, reduzindo a dependência do transporte particular.
A volta da bicicleta é um fenômeno global cujo epicentro são as
megalópolis – sempre é bom lembrar que mais de 50% da população do
planeta vive em centros urbanos. Alguns especialistas classificam o
século XXI como aquele em que vigora o triunfo das cidades, e ao qual se
apresenta o desafio de fazê-las viáveis.
A Cidade do México, ponto de partida da bicicleta
No começo do século passado, 80% da população mexicana vivia em zonas
rurais. Atualmente, 70% reside nas áreas urbanas. Nesse contexto, as
prefeituras se perguntam como incrementar a mobilidade.
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