Sexta, 20 de abril de 2012
Da Agência Brasil
Daniella Jinkings e Amanda Cienglinski
Repórteres
Repórteres
O advogado do empresário de jogos ilegais Carlos Augusto
Ramos, o Carlinhos Cachoeira, Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da
Justiça do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, disse hoje (19) que não
está preocupado com a integridade física de seu cliente no Presídio da
Papuda, no Distrito Federal. Cachoeira chegou na manhã de ontem (18) à
Papuda, vindo do Presídio de Segurança Máxima de Mossoró (RN), onde
estava preso desde que foi deflagrada a Operação Monte Carlo, pela
Polícia Federal, em fevereiro.
“Eu estive hoje com ele, não o conhecia, foi a primeira vez. Ele está
bem. Essa ala onde ficam os presos federais é bem segura”, disse o
advogado.
O Ministério Público Federal (MPF) recorreu à Justiça contra a
transferência de Carlinhos Cachoeira, para o Presídio da Papuda, no
Distrito Federal. Na ação, o MPF alega que a penitenciária não apresenta
condições de impedir o poder de influência do preso.
Segundo Bastos, ainda não há previsão de quando o habeas corpus
vai ser votado. “Ainda vai para a Procuradoria [Geral da República],
deve ter uma semana, dez dias lá”. O advogado de Cachoeira disse ainda
que não teve acesso aos documentos que estão no Supremo Tribunal
Federal. “Esse negócio não é fácil de ler. É muita coisa. Temos uma
equipe fazendo isso, sistematizando”.
Para Bastos não há constrangimento em defender uma pessoa acusada de
participar de um esquema de corrupção. “Fui advogado por 45 anos antes
de ser ministro da Justiça. Nosso sistema é baseado na presunção de
inocência e no direito de todo acusado tem de ter um defensor”.
Carlinhos Cachoeira é apontado com o chefe da quadrilha que explorava
máquinas caça-níqueis e pagava propina para agentes públicos de
segurança. Ele é acusado de comandar o jogo do bicho na Região
Centro-Oeste, em especial no estado de Goiás. Ele foi preso durante a
Operação Monte Carlo, deflagrada em fevereiro pela Polícia Federal, que
resultou na prisão de 20 pessoas ligadas ao grupo criminoso.
O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e o governador de Goiás,
Marconi Perillo, são acusados de participar dos esquemas ilegais do
empresário. O Parlamentar tem sido o mais atingido pelas denúncias.
Vazamentos das conversas telefônicas mostram o senador recebendo
orientação da Cachoeira sobre projetos em tramitação no Congresso
Nacional.
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Comentário do Gama Livre: Tomara que ele não "passe", fique.
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Comentário do Gama Livre: Tomara que ele não "passe", fique.