Sexta, 6 de abril de 2012
Da Agência Brasil
O desmatamento em Roraima e Mato Grosso disparou entre
agosto de 2011 e março deste ano em comparação com o período
compreendido entre agosto de 2010 e março do ano passado, com aumentos
de 363% e 96%, respectivamente. Os números, divulgados hoje (5) pelo
Ministério do Meio Ambiente (MMA), compõem estudo sobre o monitoramento
da Amazônia Legal.
Apesar de Roraima liderar o ranking proporcionalmente, a
área atingida em Mato Grosso é dez vezes maior, chegando a 637
quilômetros quadrados (km²). Também foi em Mato Grosso que houve o maior
embargo de área para produção entre janeiro e março de 2012 (4,3 mil
km²) e a maior quantidade de multas aplicadas na Amazônia Legal, R$ 31,5
milhões, duas vezes mais que o Pará, segundo colocado.
O desempenho negativo desses estados não afetou significativamente o
quadro geral do desmatamento da Amazônia Legal, que passou de 1.371 km²
no ano passado para 1.398 km² neste ano. Isso pode ser atribuído ao
bom desempenho de estados como o Pará e o Amazonas na redução de áreas
atingidas.
O estudo também mostra que houve um pico de desmatamento em
fevereiro deste ano (307 km²) em comparação com os números colhidos em
dezembro (75 km² ) e janeiro (22 km²). Segundo a ministra Izabella
Teixeira, isso ocorreu porque a região ficou encoberta por nuvens no
verão, o que dificultou a medição adequada dos satélites do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
A ministra Izabella Teixeira acredita que os números de Roraima
foram inflados com a migração de madeireiros do Pará. Ela também
acredita que o desmatamento crescente em Mato Grosso tenha sido
influenciado pelas discussões sobre a votação do Código Florestal.
“Ainda não temos explicações, mas sabemos que tem gente lá dizendo que
pode desmatar porque o sujeito vai ser anistiado.”
Segundo a ministra, outro motivo que pode ter colaborado para o
incentivo ao desmatamento é a edição de lei federal que deu aos estados
competência para fiscalizar áreas em que pode ser liberada a retirada de
vegetação, o que permitiria a contestação de multas aplicadas pelo
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
(Ibama). “Não existe nada na lei que impeça a atuação de órgãos
federais”, rebateu a ministra.
Edição: Nádia Franco