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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Familiares de casal extrativista assassinado recebem ameaças

Segunda, 9 de abril de 2012
Da Agência Pulsar
Quase um ano após o assassinato dos extrativistas Maria do Espírito Santo da Silva e Cláudio Ribeiro da Silva, familiares continuam sofrendo ameaças de morte. O crime teria sido motivado por conflito fundiário.

Laisa Santos Sampaio afirma que as ameaças de morte vêm da mesma família que encomendou e executou o assassinato de sua irmã e de seu cunhado. De acordo com ela, ameaças se intensificaram nas últimas semanas. Ela conta que no dia 30 de março foram dados dois tiros, um na porta de sua casa e outro na porta da casa onde José Claudio e Maria moravam, em frente à sua casa.

Laisa esteve na delegacia de polícia Civil de Marabá no dia 2 de abril alegando estar sem segurança para sair do assentamento onde mora por conta da possibilidade de ocorrer uma emboscada. Ela, que é professora em uma escola do município, diz receber recados com ameaças através de alguns alunos.

Na semana passada, o advogado da Comissão Pastoral da Terra, José Batista Afonso, esteve em Brasília para cobrar do governo federal uma resposta às ameaças e solicitou que Laisa entre no Programa de Proteção à Testemunha.

Laisa recebeu o prêmio Heróis da Floresta concedido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em homenagem a sua irmã em fevereiro deste ano. Na oportunidade, denunciou a tensão e as ameaças que vem sofrendo.Também em fevereiro, Laisa já havia sido recebida por Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, que disse que era necessário tomar uma atitude.

No entanto, Laisa continua vivendo no assentamento onde sua irmã e cunhado foram mortos. O local é reivindicado por José Rodrigues, apontado como mandante do crime. Ele já havia sido denunciado por grilagem de terra pelo casal extrativista assassinado. (pulsar/cartacapital)