Segunda, 16 de abril de 2012
Da Tribuna na Internet
Reportagem de Karla Correia e
Luiz Calcagno, no Correio Braziliense, mostra que o governo do Distrito
Federal alega que os contratos com a empresa Delta, responsável por 70%
dos serviços de limpeza, não foram celebrados por influência do
contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Acontece que investigações relacionadas à Operação Monte Carlo da
Polícia Federal apontam para a existência de um elo entre a Delta e a
rede de negócios de Cachoeira. A Delta mantém contratos de limpeza
urbana com o Distrito Federal desde 2010 e foi uma das empresas
beneficiadas com a prorrogação de contratos essenciais da administração
do DF feita em 2011 — no final do governo de Rogério Rosso — a pedido de
Agnelo Queiroz, que acabara de ser eleito.
Investigações da Polícia Federal apontam um
possível envolvimento de dois secretários do governo de Agnelo Queiroz
com Cachoeira. Gravações telefônicas feitas durante a Operação Monte
Carlo revelam que os secretários de Governo, Paulo Tadeu, e de Saúde,
Rafael Barbosa, se reuniram em abril do ano passado com o braço direito
de Cachoeira, Cláudio Abreu.
Denúncia publicada ontem pelo site da Veja sugere que os secretários
desejavam se aproximar do contraventor. A gravação, feita pela PF,
mostra que Cláudio conversou com Cachoeira por telefone durante o jantar
ocorrido em Brasília, ocasião em que relatou que Tadeu e Barbosa
queriam se “enturmar” com o bicheiro. Cláudio Abreu se apresentava como
diretor da Delta Construções, empresa que é recordistas em obras no
governo federal e no governo do estado do Rio de Janeiro.