Segunda, 16 de abril de 2012
Carlos Newton, na Tribuna da Internet
Como dizia o cantor e radialista Henrique Fróes, conhecido como
Almirante, é “incrível, fantástico, extraordinário”. No caso do
governador Sergio Cabral, a notícia realmente é inacreditável e mostra
até que ponto chegou a decadência política deste país.
A informação foi publicada com exclusividade por O Globo, sábado, na
coluna do jornalista Ilimar Franco. Sob o sugestivo título de “Variável
Delta”, revela que o governador Sergio Cabral teve a ousadia e a
desfaçatez de tentar impedir a criação da Comissão Parlamentar de
Inquérito que vai investigar as ligações de Carlinhos com a classe
política e também com empresários ligados à administração pública.
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VARIÁVEL DELTA
Ilimar FrancoVARIÁVEL DELTA
O governador Sergio Cabral, na visita que fez a Brasília para o
jantar de aniversário do PMDB, conversou com dirigentes nacionais do
partido sobre a CPI do Carlinhos Cachoeira. Cabral queria saber da
possibilidade de abortar a comissão e ouviu como resposta que a esta
altura isso era inviável. Como a construtora Delta tem muitos contratos
com o governo estadual, tendo recebido desde 2007 pagamentos de cerca de
R$ 1,47 bilhão, seu temos é que a investigação transborde para o Rio.
###ENVOLVIMENTO DA DELTA
Já está mais do que comprovado o envolvimento de Cavendih com
Cachoeira. O bicheiro usou duas empresas de fachada — a Brava
Construções e a Alberto & Pantoja — para movimentar R$ 39 milhões,
entre 2010 e 2011. Os saques eram feitos pelo tesoureiro da quadrilha de
Cachoeira, Giovane Pereira da Silva, e sempre um pouco abaixo de R$ 100
mil, que é o valor que obrigaria a comunicação ao Conselho de Controle
de Atividades Financeiras (Coaf).
Segundo os relatórios da Operação Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal em 29 de fevereiro, o repasse do dinheiro foi feito pela Delta Construções.
O inquérito mostra que parte dos saques foi em período eleitoral: “113 saques em espécie entre 13/08/2010 e 18/04/2011”. Segundo os documentos, os supostos sócios da Brava e da Alberto & Pantoja são apenas “bonecos, montados para os fins da organização criminosa” e alguns desses sócios tiveram nomes modificados para criação de CPFs falsos.
Segundo os relatórios da Operação Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal em 29 de fevereiro, o repasse do dinheiro foi feito pela Delta Construções.
O inquérito mostra que parte dos saques foi em período eleitoral: “113 saques em espécie entre 13/08/2010 e 18/04/2011”. Segundo os documentos, os supostos sócios da Brava e da Alberto & Pantoja são apenas “bonecos, montados para os fins da organização criminosa” e alguns desses sócios tiveram nomes modificados para criação de CPFs falsos.
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CÓDIGO DE CONDUTA ÉTICA
E Cabral ainda tenta defender o amigo Cavendish… A espantosa notícia
de Ilimar Franco demonstra que o governador realmente não leu o Código
de Conduta Ética, que mandou redigir para passar a saber o que é certo
ou errado para um homem público fazer, depois que surgiu o escândalo de
suas ligações mais do que próximas com o empresário Fernando Cavendish,
dono da empreiteira Delta, que é a favorita do governo estadual e
também do governo federal.
Na verdade, Cabral não está defendendo apenas Cavendish, está
defendendo também seu governo, um dos mais corruptos da história do Rio
de Janeiro, e seu fiel escudeiro Pezão, o vice-governador que acumulou a
Secretária de Obras em seu primeiro mandato, para tudo ficar odara,
como diz Caetano Veloso. Eis a questão.