Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Trabalhadora próxima à líder escoltada é assassinada em Rondônia

Sexta, 6 de abril de 2012
Da Pública Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo
Por Ana Aranha

Dinhana Nink deu entrevista sobre a quadrilha dois meses antes de sua morte. Ameaçadas, outras famílias próximas à líder que tem proteção da Força Nacional já tiveram que fugir

Dois meses depois de dar entrevista à Pública, Dinhana Nink, 27 anos, foi assassinada em Rondônia. Seguindo a líder rural Nilcilene Miguel de Lima, que tem escolta da Força Nacional por denunciar os madeireiros, a reportagem colheu diversos relatos sobre os pistoleiros da região que saqueiam, agridem e matam os lavradores locais. Dinhana foi uma das poucas entrevistadas que denunciou a quadrilha sem medo de mostrar o rosto:

“Bote meu nome aí, eu vou falar sim. Eles mandaram calar a boca, mas eu não calo. Vou ter a coragem da Nilce e denunciar quem me ameaça”, disse.

Em resposta à sua coragem, Dinhana foi assassinada com uma bala no peito na madrugada da última sexta, dia 30. O crime aconteceu na frente de seu filho de 6 anos, Tiago. O pai de Dinhana, primeiro a chegar depois do crime, encontrou Tiago limpando o sangue do rosto da mãe. Dinhana deixou mais dois filhos, um de sete e outro de dez anos.

Apesar da cara de valente, a condição da família já era frágil na época da entrevista, em janeiro. Tiago brincava ao lado da mãe, no chão da sala. Eles estavam morando de favor em vila Nova Califórnia (Rondônia) desde que sua casa foi queimada em um incêndio criminosos em novembro. Por precaução, a reportagem não usou o nome e a foto de Dinhana. Essa é a primeira vez que sua história é publicada. Leia a íntegra na Pública