Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Os novos donos de Curitiba?

Quinta, 3 de maio de 2012
Da Pública
Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo
Por Andrea Dip
Comitê Popular denuncia acordo em Curitiba para construir estádio que dá à empresa privada direito de usar como garantia bens do próprio Estado

O convênio entre poder público e a CAP/SA – empresa que pertence  ao Atlético Paranaense – para a reforma da Arena da Baixada, o estádio do clube que receberá jogos da Copa de 2014 em Curitiba, está sendo contestado pelos movimentos  populares. Por esse acordo, parte dos R$ 185 milhões previsto para as obras seria emprestada pelo Estado do Paraná e parte doada pela prefeitura, que concedeu à empresa ligada ao clube 90 milhões de reais em títulos de potencial construtivo.

Através desse instrumento,  a CAP/SA pode vender a empreiteiras, imobiliárias, construtoras e quem mais tiver dinheiro para comprar, o direito de construir além dos limites previstos nas leis federais e municipais. Por exemplo: se em determinado bairro, o limite para a construção de um prédio é de três andares, com o uso dos títulos da Outorga ele poderá ter cinco.

Em entrevista, Julia Franzoni, assessora jurídica da Organização Terra de direitos, e membro do Comitê Popular da Copa de Curitiba, explica os pormenores do acordo, as consequencias que pode trazer para a população e para a cidade, e os motivos que provocaram a nota de repúdio do Comitê Popular da Copa de Curitiba, lançada recentemente.

Leia até o fim e segure o queixo no lugar:

Por que o Comitê soltou esta nota de repúdio?

Porque saiu uma matéria no jornal Gazeta do Povo dizendo que a CAP/SA, que é a empresa que está administrando a reforma da Arena da Baixada, solicitou mais 30 milhões de reais do fundo estadual para as obras, além da verba prevista no convênio. E a notícia dizia que o Mário Celso, que é o secretário especial do Estado para assuntos da Copa e que também é do conselho do Atlético Paranaense, da diretoria do clube, manifestou a impossibilidade de pagar estes empréstimos. Inclusive o Tribunal de Contas do Estado suspendeu o repasse de verbas estaduais. Na verdade toda a engenharia prevista neste convênio já vem sendo criticada pelo comitê há algum tempo.