Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Estamos aqui e vamos ficar

Sexta, 22 de junho de 2012
Por Ciro Barros
 Moradores da Vila Autódromo lutam para incluir despejos na pauta da Rio+20

Os jornais cariocas manchetavam o início do chamado “segmento de alto nível” da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, no dia 20 de junho. Mais de 100 chefes de Estado se reuniriam no Riocentro, na Barra da Tijuca. Na abertura do evento, a presidenta Dilma Rousseff chamou os chefes de Estado a assumir a responsabilidade de planejar o desenvolvimento sustentável com “os seres humanos no centro das preocupações”.

No mesmo momento, um grupo de manifestantes, saídos da comunidade de Vila Autódromo, a três quilômetros dali, aglomerava-se  diante da barreira militar, montada na Avenida Salvador Allende, acesso para a Vila Autódromo e para o Riocentro, fazendo barulho e tentando levar os problemas da comunidade que resiste há 20 anos a tentativas de remoções forçadas, para dentro da conferência ambiental, com o apoio do Movimento Nacional de Luta Pela Moradia (MNLM), da Via Campesina, do Comitê Popular Rio Copa e Olimpíadas e da Central de Movimentos Populares.

A geografia do evento mostrou desde o início a distância entre movimentos populares e chefes de Estado. Paralelamente ao encontro, eles se reuniram dias antes na Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20 no Aterro do Flamengo.

Vila Autódromo conta sua história

A comunidade surgiu como vila de pescadores, na Baixada do Jacarepaguá, nos 1960 e cresceu durante a construção do autódromo do Rio, em 1975, com a mudança de alguns dos operários que trabalhavam na obra para vila, espremida em uma pequena área entre o Autódromo e a Lagoa de Jacarepaguá.