Domingo, 29 de julho de 2012
BRUNO PAES MANSO - Agência Estado
Em dez anos, entre 2001 e 2010, 93% das pessoas que
morreram em supostos tiroteios com a Polícia Militar em São Paulo
moravam na periferia. O distrito com mais casos é Sapopemba, na zona
leste, com 52 ocorrências. O levantamento do Instituto Sou da Paz usa
dados do Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade da
Secretaria Municipal da Saúde.
As chamadas "resistências seguidas de morte" - na Saúde definidas
como mortes por "intervenção legal" - também crescem de acordo com
gênero, idade e raça das vítimas. Negros e pardos foram os que mais
morreram nos últimos dez anos: 54% do total de vítimas na cidade,
enquanto no Censo de 2010 apenas 37% da população de São Paulo se
declara dessas raças.
Quase todas as vítimas (99,6%) são homens. Em dez anos, só cinco
mulheres morreram em supostos confrontos. Segundo Lígia Rechenberg,
coordenadora de análise de dados do Instituto Sou da Paz, a idade dos
mortos impressiona: 60% têm entre 15 e 24 anos. "A situação mais
estranha é a dos jovens com 16 e 17 anos, que correspondem a 9% do total
de vítimas e apenas 3,6% da população. É preciso entender por que esses
adolescentes estão morrendo", diz Lígia. Leia a íntegra