Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Época: Por que Romero Jucá defende a exploração de ouro em áreas indígenas

Sexta, 31 de agosto de 2012
O novo eldorado da família do senador
MARCELO ROCHA
Na tarde do dia 17 de maio, uma quinta-feira de trabalho no Congresso, o senador Romero Jucá, do PMDB de Roraima, subiu à tribuna para, como de hábito, defender os mais caros interesses do país. Desta vez, exortaria os parlamentares a legalizar a mineração em terras indígenas, prevista num projeto de lei patrocinado por ele. Jucá se ajeitou na tribuna, empertigando-se diante do microfone, e se pôs a falar: “Quero aqui registrar a importância deste debate. Para o Brasil, é muito importante (a aprovação da lei)”. Passou, então, a explicar os benefícios da proposta: “Haverá pagamento de royalties ao Poder Público e também à população indígena. Ganhará o direito à mineração aquele que pagar mais à comunidade indígena. Haverá uma licitação. Haverá todo o cuidado ambiental, todo o cuidado antropológico da Funai”. Jucá – talvez convencido de que comovera os colegas por ter, pela primeira vez na carreira, empregado no mesmo discurso os termos “licitação”, “cuidado ambiental” e “cuidado antropológico” – encerrou com um apelo para que o projeto seja aprovado logo, ainda neste ano. Por que Jucá tem pressa?

Em 2 de abril – portanto, um mês antes do discurso de Jucá –, a empresa Boa Vista Mineração pedira autorização ao governo para explorar ouro em nove terras que contêm áreas indígenas. O pedido fora feito ao Departamento Nacional de Produção Mineral, o DNPM, instância burocrática que cuida do assunto. A quem pertence a Boa Vista Mineração, uma empresa com capital de R$ 2 milhões? A sócia majoritária chama-se Marina Jucá, de 29 anos, filha do senador Romero Jucá. Outros dois sócios dela no negócio também são ligados ao senador. O tino empresarial de Marina Jucá é recente. Não faz muito tempo, era empregada no gabinete do pai e fazia faculdade em Brasília.

IstoÉ: Como o governo deixou estragar 55 mil bolsas de sangue

Sexta, 31 de agosto de 2012
Da Revista Época edição 2234

Descaso, incompetência administrativa e suspeita de um novo esquema de corrupção fizeram com que o Ministério da Saúde não desse uso a 13,7 mil litros de plasma sanguíneo avaliados em US$ 1,6 milhão

Claudio Dantas Sequeira

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TRÊS MINISTROS ESCONDERAM O DESPERDÍCIO
Humberto Costa, José Gomes Temporão e Alexandre Padilha
(da esq. para a dir.): sangue jogado fora

A cada ano, o Ministério da Saúde gasta milhões em campanhas de incentivo à doação de sangue. Boa parte dessas doações é industrializada fora do País e retorna como hemoderivados, medicamentos essenciais no tratamento de hemofílicos. A matéria-prima desse processo é o plasma sanguíneo, um insumo tão cobiçado que um litro chega a custar US$ 120 no mercado internacional – tanto quanto um barril de petróleo. O Ministério da Saúde esconde em um depósito no Distrito Federal um carregamento de 55 mil bolsas de plasma humano, avaliado em US$ 1,6 milhão, mas cuja validade está vencida há pelo menos cinco anos. O segredo, que pode causar estragos às pretensões políticas dos ex-ministros da Saúde Humberto Costa e José Gomes Temporão, além do atual ministro, Alexandre Padilha, está trancado a 50 graus negativos numa câmara frigorífica vigiada por seguranças armados. ...

Essa espécie de “túmulo do sangue”, como funcionários do ministério chamam o local, é apenas o fio de um novelo que está sendo deslindado em diferentes investigações pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas da União. Os processos, obtidos com exclusividade por ISTOÉ, atestam desvios recorrentes na produção e estocagem do plasma coletado e lançam suspeitas sobre a existência de uma nova modalidade de máfia dos vampiros, com conexões até na França. Os lotes vencidos foram coletados em 41 hemocentros e bancos de sangue de diversos Estados em 2003 e 2004, justamente o ano em que estourou o escândalo do comércio ilegal de hemoderivados, desbaratado pela Polícia Federal na Operação Vampiro. Então ministro, Costa chegou a ser indiciado por suspeita de participação no esquema. Em março de 2010, foi absolvido pela Justiça e conseguiu ser eleito senador. Agora, apenas dois anos depois, está dedicado a virar prefeito do Recife, numa estratégia para chegar ao governo de Pernambuco em 2014.

Leia no Blog do Sombra a íntegra de  "Como o governo deixou estragar 55 mil bolsas de sangue"

Auditora do trabalho afirma que há um “silêncio epidemiológico” no país sobre o amianto

Sexta, 31 de agosto de 2012
Do STF

Em nome da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT) e da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto, a audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF) ouviu nesta sexta-feira (31) Fernanda Giannasi, que é auditora fiscal do Ministério do Trabalho e gerencia um projeto do Estado de São Paulo sobre amianto. Para ela, “todos os tipos de amianto são cancerígenos” e quando o produto causa uma morte não interessa se ele é mais ou menos maléfico.

Na opinião da especialista, “existem mecanismos sociais que fazem com que haja um silêncio epidemiológico no país e que torna os dados das vítimas do amianto invisíveis”. Ela fez referência a uma decisão liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que permite que 17 empresas se abstenham de informar quem são seus empregados e quais estariam doentes. Além disso, existem acordos extrajudiciais que preveem a cessação do fornecimento de assistência médica para mais de 4.500 vítimas, caso o amianto venha a ser proibido no Brasil.

Fernanda Giannasi citou ainda a rotatividade da mão de obra como uma das causas para ocultar as doenças causadas pelo amianto. “A indústria do amianto, em média, tem uma rotatividade de três anos e algumas empresas possuem até 90% de rotatividade por ano. Essa é uma das estratégicas utilizadas para limitar o tempo de exposição e os efeitos tardios que, quando vierem, se darão longe da fonte geradora”, afirmou.
Ela citou outros problemas relacionados ao tema como a formação médica insuficiente para o diagnóstico das doenças causadas pelo amianto e insuficiência de fiscais do Ministério do Trabalho para autuar as irregularidades.

França

A auditora do trabalho apresentou um relatório do Senado da França que considerou o amianto como “a maior catástrofe sanitária do século XX”. O relatório culpa o Estado francês, as indústrias e até sindicatos pela contaminação por meio da fibra cancerígena. O amianto foi proibido naquele país desde 1997, após a França ser acusada de se deixar anestesiar pelo lobby das indústrias. De acordo com Fernanda Giannasi, o lobby industrial pela defesa do amianto existe também no Brasil e tem grande influência política, tanto que projetos de lei tramitam no Congresso Nacional há quase 20 anos e não são aprovados.

A especialista destacou que o Brasil é o terceiro maior produtor mundial e o segundo maior exportador de amianto, além de ser o quarto maior consumidor, atrás apenas da China, da Índia e da Rússia. Por fim, ela citou um estudo publicado pelo Collegium Ramazzini que defende a proibição internacional do amianto e diz que “os riscos por exposição ao amianto não são aceitáveis nem em nações desenvolvidas nem naquelas de industrialização recente. Além disso, existe disponibilidade de substitutos mais seguros e apropriados”.

Conexões perigosas: A Copa do Mundo e a Match Services

Sexta, 31 de agosto de 2012
Da Pública
Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo
Jornalista sul-africano liga os pontos que unem os interesses da Fifa aos de seus parceiros comerciais

O que a Match Events and Services, uma prestadora de serviços controlada por uma empresa do Reino Unido com sede na Suiça, tem a ver com você?

Ela é a fornecedora oficial da Fifa de acomodação, ingressos e soluções em tecnologia da informação para a Copa do Mundo de 2014. O que significa que tudo que se refere a esses temas na realização do evento será intermediado pela empresa.

A Match, como é conhecida, detém, por exemplo, a exclusividade na comercialização de pacotes de hospedagem para a Copa. Ou seja, os que quiserem comprar acomodações para a Copa terão que fazê-lo através da empresa – que teoricamente deveria ter sido escolhida por licitação. É a Match que compra os pacotes da rede hoteleira do país-sede e depois os oferece para venda ao redor do planeta, sob o selo de fornecedora oficial da Fifa.

E este selo faz muita diferença. Em 12 de junho deste ano, a Match soltou um release, que está disponível aqui, comemorando o recorde de vendas nos pacotes de hospedagem para a Copa de 2014. Naquele momento, a exato dois anos da Copa, ela afirmava ter atingido 262 milhões de dólares em vendas desses pacotes.

A Match desempenhou o mesmo papel na Copa de 2010, na África do Sul. E foi alvo de investigação do jornalista sul-africano Rob Rose, especializado em corrupção nos negócios, que revelou a ocorrência de nepotismo, corrupção e falta de transparência na relação entre a Match e a Fifa, além de sobrepreço em hospedagem e outras denúncias.

O resultado do trabalho de Rose foi publicado em uma monografia do ISS (Institute for Security Studies), instituto de pesquisa sul-africano que reuniu artigos de vários jornalistas esportivos. Você pode baixar aqui, em PDF, o artigo em inglês publicado por Rose. O Copa Pública traduziu e separou alguns trechos desta detalhada investigação que será publicada em duas partes.

Aqui você lê a primeira parte do artigo de Rob Rose sobre a Match, escrito pouco antes do início da Copa da África do Sul, que antecipa pressões sobre o setor hoteleiro que se repetem agora, aqui no Brasil. A segunda parte, que será publicada na próxima terça-feira, disseca os negócios da Match e de seus controladores.

Os fornecedores oficiais da Fifa

Propostas obscuras e conflitos de interesse na Match

Por Rob Rose
Em maio de 2004, na cerimônia que anunciou que a Copa do Mundo de 2010 seria na África do Sul, o chefão da Fifa, Joseph Sepp Blatter, proclamou para uma multidão que incluía Nelson Mandela que “vitorioso era o futebol e que vitoriosa era a África”.
Mas, para ser exato, Blatter deveria ter dito que vitoriosa era a Fifa e sua rede de parceiros comerciais, que têm tirado muito mais proveito das últimas Copas do Mundo do que os países-sede.

Procuradoria da República no DF deixará de atuar em Luziânia

Sexta, 31 de agosto de 2012
A partir de 1º de setembro deste ano, o município de Luziânia estará incluso na área de abrangência da Procuradoria da República de Goiás

A partir da próxima segunda-feira a Procuradoria da República no DF (PR/DF) tem uma localidade a menos em sua área de atuação. A mudança foi estabelecida pela Portaria PGR nº 480, que transfere o município de Luziânia da área de abrangência da Procuradoria da República no DF para a competência da Procuradoria da República no Município de Formosa.

A Portaria PGR nº 480 alterou a regulamentação anterior, trazida pela Portaria PGR nº 135, de 29 de março de 2012, que trata sobre a localização das Procuradorias da República nos municípios de Formosa e Luziânia, em Goiás. De acordo com a Portaria PGR nº 480, publicada em 10 de agosto,

ambém foi modificada a área de atuação da Procuradoria da República de Goiás, que – a partir de 1º de setembro – passará a compreender a da Procuradoria da República de Luziânia, até que esta seja implementada.

As alterações entraram em vigor a partir de 10 de agosto, data da publicação da Portaria nº 480 no Diário Oficial da União.

Fonte: PGR no DF

Bloqueados bens da Construtora Gutierrez e de Juquinha, o ex-presidente da Valec

Sexta, 31 de agosto de 2012
MPF/TO obtém indisponibilidade de bens de envolvidos em desvios na Norte-Sul

Além do ex-presidente da Valec, tiveram seus bens bloqueados pela Justiça Federal o ex-diretor de engenharia da empresa Ulisses Assad, a Construtora Andrade Gutierrez e seu diretor Rodrigo Silva

O Juízo Federal da Segunda Vara no Tocantins deferiu o pedido de indisponibilidade dos bens do ex-presidente da Valec, José Francisco das Neves, conhecido como Juquinha, do ex-diretor de engenharia da Valec, Ulisses Assad, da Construtora Andrade Gutierrez SA e de seu diretor Rodrigo Ferreira Lopes da Silva. O pedido de indisponibilidade foi feito em ação civil pública de improbidade administrativa ajuizada pelo Ministério Público Federal pelo desvio de R$ 42.096.469,29 na execução de obras do lote 13, entre o Córrego Jabuti (Km 818,30) e o Córrego Cabeceira Grande (Km 927,78), no sul do estado.

A decisão considera que estão presentes todos os requisitos jurídicos necessários para concessão da cautelar de indisponibilidade requerida pelo Ministério Público Federal, lícita por se tratar de medida que visa assegurar o resultado útil da ação civil: a reparação do dano ao erário e restituição de bens adquiridos ilicitamente por ato de improbidade. A verossimilhança das alegações apresentadas na petição inicial da ação é consubstanciada por diversos documentos, sobretudo os acórdãos do Tribunal de Contas da União que apontam irregularidades e sobrepreço no contrato firmado entre a Valec e a Construtora Andrade Gutierrez.

A indisponibilidade deve recair apenas sobre bens suficientes à satisfação dos danos. A Receita Federal do Brasil foi oficiada para que informe a existência de bens em nome dos réus e proceda o bloqueio dos mesmos junto aos órgãos competentes até o limite do dano apontado. Os valores em conta bancária de Juquinha, Ulisses e Rodrigo também devem ser bloqueados junto ao sistema Bacen. Para preservar a atividade empresarial da Construtora Andrade Gutierrez, a indisponibilidade deve alcançar somente os bens móveis e imóveis da sociedade sem atingir o seu ativo financeiro, de forma a preservar recursos necessários à liquidação da folha de pagamento da empresa.

Irregularidades e desvios - Análises do TCU e do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal apontam que o edital de concorrência que culminou com a contratação de seis empreiteiras para execução das obras da Norte Sul no Tocantins foi arquitetado pela gerência da Valec de modo a restringir a concorrência, permitindo a divisão da ferrovia e a consequente cartelização das participantes. Foram encontrados indícios de exigência indevida para a qualificação técnica das empresas, com a consequente restrição ao caráter competitivo da licitação, além de proibições desnecessárias com a intenção de direcionar os vencedores do processo licitatório, gerando um verdadeiro 'rateio' de obras entre as empreiteiras.

Tramitam na PR/TO mais dois procedimentos administrativos que investigam outras obras com indícios de sobrepreço em lotes da Norte-Sul sob responsabilidade das empreiteiras SPA Engenharia, Indústria e Comércio Ltda. e Construtora IESA. Também já foram instaurados por determinação da Procuradoria seis inquéritos policiais que tramitam na Polícia Federal contra as empresas SPA Engenharia, Indústria e Comércio Ltda., CR Almeida SA Engenharia de Obras e Construtora Norberto Odebrecht SA, além de um inquérito civil público ainda sob análise da PR/TO, referente a obras da SPA Engenharia, Indústria e Comércio Ltda.

O Ministério Público Federal já ajuizou outra ação civil por improbidade administrativa contra a Andrade Gutierrez, Juquinha, Ulisses e Rodrigo,  referente ao contrato firmado para as obras do lote 14, no trecho entre o Córrego Cabeceira Grande (Km 927,76) e o Córrego Chicote (Km 1029,89). O sobrepreço constatado pelo TCU neste trecho alcança o valor de R$40.340.201,35. Também foi requisitada a instauração de inquérito à Polícia Federal para a análise de eventual crime de peculato, fraude à licitação e corrupção em relação aos dois contratos firmados com a Andrade e Gutierrez.

Suspenso processo que envolve Carlinhos Cachoeira

Sexta, 31 de agosto de 2012 
Desembargador Tourinho Neto determina suspensão de processo envolvendo Carlinhos Cachoeira

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
O desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, determinou a suspensão do processo que envolve o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, referente às investigações da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal (PF).

O tribunal informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o desembargador determinou a suspensão do processo até que as companhias telefônicas, responsáveis por linhas que foram grampeadas pela PF para a investigação, forneçam informações solicitadas por Tourinho Neto.

Ainda de acordo com o tribunal, as companhias devem fornecer extratos telefônicos e identificação de quando e quais dados foram acessados a partir da senha fornecida aos policiais federais para o grampeamento das chamadas.

Enquanto essas informações não forem incluídas nos autos, o processo ficará suspenso, ou seja, nenhuma outra decisão pode ser tomada por parte do juiz responsável pelo caso, Alderico Santos.

Carlos Cachoeira é acusado de comandar uma quadrilha que explorava jogos ilegais no estado de Goiás e de ser dono de diversas empresas fantasmas que fraudavam licitações públicas e lavavam dinheiro proveniente de corrupção. Ele está preso desde 29 de fevereiro quando foi deflagrada a Operação Monte Carlo e já teve diversos habeas corpus negados pela Justiça.

Secretaria de Segurança para Grandes Eventos só desembolsa 9% do orçamento de 2012

Sexta, 31 de agosto de 2012
Dyelle Menezes
Do Contas Abertas
A Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge) ainda não utilizou os recursos previstos para 2012. Do total de R$ 643,6 milhões autorizados para este ano, apenas R$ 59,1 milhões, equivalente a 9,2%, foram desembolsados. Apesar disso, segundo a assessoria da Pasta, a execução está dentro do previsto.

“A Secretaria pré-empenhou cerca de R$ 350 milhões. A complexidade e a quantidade de equipamentos a serem adquiridos – o que exigiu estudos com cada um dos estados sede e o Distrito Federal – faz com que a maior parte dos recursos seja executada apenas no terceiro quadrimestre. É também o primeiro orçamento da Secretaria, criada em agosto de 2011”, explicou a assessoria. Leia a íntegra no "Contas Abertas"

Unicef alerta para trabalho infantil como causa significativa do abandono escolar

Sexta, 31 de agosto de 2012
Amanda Cieglinski, repórter da Agência Brasil
O relatório Todas as Crianças na Escola em 2015 – Iniciativa Global pelas Crianças Fora da Escola, divulgado hoje (31) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), alerta para a persistência do trabalho infantil entre as crianças em idade escolar, o que prejudica o direito dessa população à educação. De acordo com o levantamento, 638 mil crianças entre 5 e 14 anos estão nessa situação, apesar de a legislação brasileira proibir o trabalho para menores de 16 anos. O grupo representa 1,3% da população nessa faixa etária, mas para o fundo não pode ser desconsiderado porque o trabalho infantil é uma “causa significativa” do abandono escolar.

Segundo o secretário de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), César Callegari, o estudo do Unicef traz uma fotografia importante dos desafios que o Brasil tem pela frente: garantir a educação para todas as crianças e jovens brasileiros, incluindo não só essa parcela da população, mas favorecendo sua permanência na escola. Ele ressaltou, no entanto, que o país conquistou avanços significativos principalmente na útlima década.

A ameaça do soldado João Dias

Sexta, 31 de agosto de 2012
Em 23 de agosto, depois da CPI do Cachoeira descobrir transações entre o governador do DF e o soldado João Dias, e esse último postar “recado a Agnelo” no seu blog Rota de Colisão, o Gama Livre perguntava se o campeão de kung fu já estaria cumprindo sua palavra de voltar à luta. À luta contra seus hoje inimigos que se encontram no governo do DF.

Ontem (29/8) João Dias postou no twitter: “Estou reservado por orientações jurídicas, mas muito em breve, estarei à disposição da população do DF, através dos veículos de comunicação”. Bastou essa postagem para fazer muita gente tremer.

Se tiver que voltar para jogar luz sobre tenebrosas jogadas da nossa política —melhor, dos nossos políticos— que venha logo. Que esclareça tudo. E que aqueles que porventura tenham sujeiras nos bolsos que se quebrem, se arrebentem.

Na TV Justiça, ao vivo, a audiência pública no STF sobre o uso do amianto

Freixo acusa Paes de favorecer milicianos

Sexta, 31 de agosto de 2012
Felipe Werneck, de O Estado de S. Paulo
O deputado estadual e candidato do PSOL à prefeitura do Rio, Marcelo Freixo, acusou nesta quinta-feira, 30, o prefeito Eduardo Paes (PMDB), candidato à reeleição, de favorecer milicianos em sua gestão. "Ele (Paes) não é dono de milícia, mas tem responsabilidade no crescimento das milícias, eu digo abertamente", afirmou Freixo durante sabatina promovida pelo jornal Folha de S. Paulo.

A assessoria de Paes informou que ele não comentaria a declaração. Procurado após um evento de campanha, o prefeito disse apenas: "Deixa ele (Freixo) acusar do que quiser". O deputado, que presidiu a CPI das Milícias da Assembleia Legislativa em 2008, citou a forma escolhida pela atual gestão para realizar a licitação do transporte alternativo como principal indicador do apoio a milicianos. Freixo lembrou que uma das 58 propostas da CPI foi a necessidade de se fazer essas licitações individualmente. Segundo ele, o braço econômico das milícias é o transporte alternativo, e o controle das vans por cooperativas facilita o domínio do crime organizado.

Estadão: PT desiste da corrida em São Caetano após 'mensalinho'

Sexta, 31 de agosto de 2012

Pela primeira vez desde 1982 o PT fica fora da disputa em um município do ABC, por causa de um vídeo postado na internet

PEDRO ROCHA - O Estado de S.Paulo
O candidato do PT à Prefeitura de São Caetano do Sul, Edgar Nóbrega, abandonou a disputa ontem na cidade do Grande ABC depois da divulgação de um vídeo na internet no qual ele aparece negociando o seu apoio à administração do atual prefeito, José Auricchio Júnior, do PTB.

Com a decisão, o PT fica fora da disputa na cidade - é a primeira vez na história do PT que ele não disputa uma eleição em um dos municípios do Grande ABC, região onde a organização nasceu a partir das greves dos metalúrgicos comandadas pelo então líder sindical Luiz Inácio Lula da Silva, no início dos anos 1980.


Leia a íntegra no Estadão.

Governo e eleições

Sexta, 31 de agosto de 2012
Por Ivan de Carvalho
Nas quarenta maiores cidades da Bahia, o desgaste do governo do Estado é grande. Este é um dado técnicamente apurado. Mas não chega a ser uma surpresa. O olhômetro dos políticos já havia detectado o fenômeno, ainda que sem a precisão estatística agora disponível nos bastidores.

            Desgaste grande do governo, para que se seja exato, significa queda muito expressiva da avaliação do desempenho do Executivo estadual, o que a rigor não significa – ainda que possa guardar um paralelismo – com a popularidade pessoal do governador Jaques Wagner.

            Outra ressalva cabível é a de que avaliação do governo não se confunde com situação eleitoral dos partidos governistas ou mesmo do principal partido governista, o PT. Mais uma vez, no entanto, há que registrar uma tendência de paralelismo entre uma coisa e outra, de uma maneira geral, naturalmente sempre respeitadas as especificidades de cada município.

            O forte desgaste do governo registrado nesse estrato das quarenta maiores cidades da Bahia tem causas bem conhecidas, algumas de longo prazo, outras mais recentes. No longo prazo há que registrar a questão da insegurança pública – crítica em todo o estado, mas pior na região metropolitana de Salvador e em muitas das cidades maiores do interior – e as brutais insuficiências do sistema público de saúde. A insegurança pública é uma responsabilidade básica do Estado federado, tendo os municípios uma função residual e a União responsabilidade essencial que não assume. O sistema público de saúde é responsabilidade das três esferas – federal, estadual e municipal.

            Os fatores mais recentes de desgaste foram a greve na Polícia Militar, a greve dos professores estaduais e, no interior, também o despreparo do poder público para o enfrentamento do fenômeno da seca, que vem se manifestando de maneira radical. A isto devem-se acrescentar dificuldades orçamentárias do Estado da Bahia.

            A proximidade das eleições de outubro está levando o governo a reagir, intensificando notoriamente a propaganda institucional, enquanto faz aprovar, na Assembléia Legislativa, autorizações para grandes empréstimos, anunciando projetos e obras. Os projetos não serão executados até outubro, as obras na maioria, nem serão iniciados e não dará tempo para receber o dinheiro dos empréstimos, muito menos para gastá-lo. Mas o conjunto dessa reação tende a reduzir parte do desgaste sofrido pelo governo.

            Na questão eleitoral, além do que foi dito nas linhas precedentes, há ainda que considerar que a campanha eleitoral pode alterar de modo importante situações hoje existentes nas cidades maiores, inclusive melhorando a situação do governo. Ou não. Nas médias e principalmente nas pequenas cidades, para onde parece estar rapidamente migrando o eleitorado governista, o governo tem os instrumentos para manter ainda por bastante tempo a predominância.

            Em Salvador as dificuldades do governo são conhecidas, em Feira de Santana, segundo colégio eleitoral da Bahia, vence o DEM, no terceiro colégio, Vitória da Conquista, o PT mantém a prefeitura. Em Itabuna, o PT pode vencer, mas está mais para o DEM. Em Barreiras há uma tendência para o PMDB, em Alagoinhas o PT, com o deputado Joseildo Ramos, tende a perder para o atual prefeito, Paulo César. Em Irecê, o prefeito petista Zé das Virgens dificilmente se reelege contra o deputado Luizinho Sobral, do PTN. Em Candeias, está complicado para todo mundo. Em Lauro de Freitas, tendência favorável ao PT, mas eleição dura contra o PP. Em Camaçari, o PT tem máquina azeitada e favoritismo, mas não certeza. Teixeira de Freitas e Itapetinga, mais dois problemas. Claro, o espaço não dá para ir até à quadragésima cidade.
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Este artigo foi publicado originalmente na Tribuna da Bahia desta sexta.
Ivan de Carvalho é jornalista baiano.

STF promove nesta sexta (31/8) mais um debate sobre uso do amianto

Sexta, 31 de agosto de 2012
Da Agência Brasil
O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza hoje (31), das 9h às 17h, a segunda audiência para debater os riscos do uso do amianto crisotila na indústria. O primeiro debate ocorreu na sexta-feira passada (24). Participam cientistas, representantes da indústria, do governo e de entidades de apoio aos trabalhadores expostos ao amianto.

Cada um dos expositores inscritos terá 20 minutos para falar. A audiência será realizada na Sala de Sessões da Primeira Turma do STF.

A audiência foi convocadoa pelo ministro Marco Aurélio Mello em razão da Ação Direta de Inconstitucionalidade 3.937, ajuizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria em agosto de 2007. A ação questiona a Lei 12.648/2007, do estado de São Paulo, que proíbe o uso de produtos, materiais ou artefatos que contenham qualquer tipo de amianto ou outros minerais com fibras de amianto na sua composição.

O amianto é uma fibra mineral natural, mais fina que um fio de cabelo, usada na construção civil. Geralmente é associada ao cimento e aplicada como revestimento e isolante em coberturas, telhados e galpões. Cerca de 2 milhões de toneladas de amianto do tipo crisotila são consumidos no mundo anualmente. No Brasil, a legislação permite o uso controlado apenas desse tipo de amianto, proibindo os demais.
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Leia ainda: "Uso de amianto na indústria divide opiniões emaudiência no STF"

Supremo Tribunal Federal se prepara para segunda etapa do julgamento do mensalão

Sexta, 31 de agosto de 2012

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu ontem (30) a primeira das sete etapas do julgamento do chamado mensalão - Ação Penal 470 -, condenando cinco réus. O último a votar foi o presidente da Corte, Carlos Ayres Britto, que destacou a existência de “provas robustas”. O julgamento será retomado na segunda-feira (3), sem a presença do ministro Cezar Peluso, que completa 70 anos e vai para a aposentadoria compulsória.

No dia 3, o ministro-relator da ação, Joaquim Barbosa, dará continuidade à  leitura de seu voto sobre a imputação do crime de gestão fraudulenta de instituição financeira aos dirigentes do Banco Rural. Esse item se refere diretamente à ex-presidenta do Banco Rural Kátia Rabello, ao ex-vice-presidente da instituição José Roberto Salgado, ao ex-diretor da entidade Vinícius Samarane e à ex-executiva do órgão Ayanna Tenório.

Ao iniciar a leitura do voto, Barbosa cita a denúncia, mencionando o crime de gestão fraudulenta, que consistiu na concessão de empréstimos supostamente simulados para o financiamento do esquema de compra de apoio político e lavagem dos valores ilicitamente movimentados. Para o Ministério Público Federal,  os dirigentes foram coniventes ao ocultar o real risco dos créditos concedidos.

O ministro-relator relator disse que os documentos “examinados em conjunto revelam a violação dolosa de normas legais e infralegais aplicáveis à espécie”. Segundo ele, no laudo de exame contábil, o Banco Rural não observava as exigências relativas aos cadastros dos seus clientes, especialmente do Partido dos Trabalhadores, da SMP&B Comunicação e da Graffiti Participações.

Para Barbosa, o Banco Rural manipulou dados sobre os empréstimos concedidos em 2003 às empresas de Marcos Valério e ao PT. Segundo ele, a instituição “extraviou dezenas de microfichas de livros, balancetes diários e balanços, incluindo todas as do segundo semestre de 2005”. O ministro-relator disse ainda que foi ocultada a movimentação referente ao mês de novembro de 2004.

O ministro-relator apontou ainda a ausência de levantamento de dados contábeis confiáveis das empresas e entidades tomadoras dos empréstimos e seus avalistas e a utilização de dados discrepantes em empréstimos diversos.

Lapas e lapadas

Sexta, 31 de agosto de 2012
Depois de tomar exemplares lapadas no Supremo Tribunal Federal, o deputado João Cunha (PT) abandonou sua candidatura à prefeitura de Osasco (São Paulo). Quem vai disputar a eleição agora é seu vice, Lapas, o Jorge Lapas.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Após decisão do STF, João Paulo retira candidatura a prefeito de Osasco

Quinta, 30 de agosto de 2012

Deputado federal do PT admitiu não ter condições de levar adiante a disputa eleitoral e teve que aceitar a indicação do vice de sua chapa, Jorge Lapas, como seu substituto na corrida

Deu no Estadão
Vera Rosa, de O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Depois de receber nesta quinta mais uma condenação do Supremo Tribunal Federal (STF), desta vez por lavagem de dinheiro, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) decidiu renunciar à candidatura a prefeito de Osasco e foi obrigado a aceitar o vice da chapa, Jorge Lapas, como seu substituto. A decisão deverá ser comunicada oficialmente nas próximas horas. Leia a íntegra

Curió é réu em ação por sequestro na ditadura

Quinta, 30 de agosto de 2012
Do MPF
MPF/PA: recebida denúncia contra militares por sequestros na guerrilha do Araguaia

Sebastião Curió e Lício Maciel tornam-se os primeiros réus por crimes da ditadura na Justiça brasileira
A Justiça Federal de Marabá, no Pará, recebeu as denúncias do Ministério Público Federal contra o coronel da reserva do Exército brasileiro Sebastião Curió Rodrigues de Moura e contra o major da reserva Lício Augusto Maciel. Os dois são acusados pelo sequestro qualificado de militantes capturados durante a repressão à guerrilha do Araguaia na década de 70 e até hoje desaparecidos. A juíza Nair Pimenta de Castro, da 2ª Vara Federal em Marabá, considerou presentes os requisitos para transformar os militares nos primeiros réus da Justiça brasileira por crimes cometidos durante a ditadura.

Sebastião Curió Rodrigues de Moura comandou a repressão à guerrilha do Araguaia usando o codinome de doutor Luchini e é acusado dos sequestros de Maria Célia Corrêa (Rosinha), Hélio Luiz Navarro Magalhães (Edinho), Daniel Ribeiro Callado (Doca), Antônio de Pádua Costa (Piauí) e Telma Regina Cordeira Corrêa (Lia), todos capturados por tropas comandadas por Curió entre janeiro e setembro de 1974 e, após terem sido levados às bases militares coordenadas por ele e submetidos a grave sofrimento físico e moral, nunca mais encontrados.

Lício Augusto Maciel usava, na época da repressão à guerrilha, o codinome de doutor Asdrúbal e foi responsável pela captura de Divino Ferreira de Souza, o Nunes, ilegalmente detido pelo exército em 1973. De acordo com as investigações do MPF, Divino foi emboscado no dia 14 de outubro de 1973 pelos militares chefiados por Lício, quando estava ao lado de André Grabois (o Zé Carlos), João Gualberto Calatroni (o Zebão) e Antônio Alfredo de Lima (o Alfredo). Apesar de ferido, Divino foi interrogado e submetido a grave sofrimento físico em razão da natureza da detenção. Após isso, não foi mais visto.

Para o MPF a responsabilização penal de Sebastião Curió e Lício Maciel é obrigação do Estado brasileiro diante da sentença da Comissão Interamericana de Direitos Humanos sobre o tema e não contradiz a Lei de Anistia ou o julgamento do Supremo Tribunal Federal. Os procuradores responsáveis pelos dois casos sustentam as acusações em investigações próprias e apontam os acusados como responsáveis por crimes contra a humanidade.

Todos os sequestros ocorreram durante a denominada Operação Marajoara, última fase dos combates entre Exército e militantes. “Nessa etapa houve o deliberado e definitivo abandono do sistema normativo vigente, pois decidiu-se claramente pela adoção sistemática de medidas ilegais e violentas, promovendo-se então o sequestro ou a execução sumária dos militantes. Não há notícias de sequer um militante que, privado da liberdade pelas Forças Armadas durante a Operação Marajoara, tenha sido encontrado livre posteriormente”, relata o MPF nos processos judiciais.

Em São Paulo tramita uma terceira ação penal relativa a crimes da ditadura, contra o ex-chefe do Doi-Codi, Carlos Alberto Brilhante Ustra, e o delegado da Polícia Civil, Dirceu Gravina, pelo crime de sequestro qualificado do bancário Aluizio Palhano Pedreira Ferreira, ocorrido em maio de 1971. Nesse caso, a Justiça Federal negou o recebimento da denúncia e o MPF aguarda julgamento de recurso para ver os acusados se tornarem réus.

O MPF permanece investigando os crimes ocorridos durante a ditadura militar e não estão descartadas novas ações penais. As ações contra Sebastião Curió e Lício Augusto Maciel tramitam perante a 2ª Vara da Justiça Federal de Marabá.

  
Sebastião Curió 
Número do processo: 0006231-92.2012.4.01.3901 – 2ª Vara Federal em Marabá 

Lício Maciel
Número do processo: 0006232-77.2012.4.01.3901 – 2ª Vara Federal em Marabá

Grito dos excluídos pedirá Estado a serviço de todos

Quinta, 30 de agosto de 2012
Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A 18ª edição do Grito dos Excluídos, que ocorrerá de 1º a 7 de setembro em todo o país, irá questionar se o Estado está atendendo ao interesse geral dos cidadãos. Com o lema "Um Estado a Serviço da Nação, que Garanta Direitos de Toda a População", movimentos e pastorais sociais promoverão manifestações, como marchas, romarias, vigílias, panfletagens, e passeatas.

“Se todos somos iguais perante a lei, o Estado deveria garantir isso”, disse dom Guilherme Antonio Werlan, presidente da comissão episcopal Caridade, Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). “O Brasil já nasceu um Estado que serve a interesses particulares. E nós temos que mexer na estrutura deste Estado”, acrescentou.

Além do tema principal, o Grito dos Excluídos também abordará a violência contra os jovens, a corrupção, as implicações das obras preparativas para a Copa do Mundo e a construção de barragens na Região Norte do país.

“Nós do Movimento dos Atingidos por Barragens [MAB] estamos discutindo a energia elétrica. Para que se produz energia elétrica no Brasil e para quem? A quem essa energia vai servir? Os benefícios dela serão para o conjunto da população brasileira ou serão para algumas corporações nacionais e internacionais?”, perguntou Iury Charles Paulino, do movimento de Belo Monte.

O Grito dos Excluídos é organizado pela Pastoral Social da CNBB, pela Comissão Pastora da Terra (CPT), e movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Ameaçados por Barragens (Moab), MAB, pelo Fórum Nacional pela Reforma Agrária e pela Assembleia Popular.

Eliana Calmon diz que postura do STF sobre mensalão será um farol para a Justiça

Quinta, 30 de agosto de 2012
Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil

O julgamento dos réus da Ação Penal 470, conhecida como processo do mensalão, em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), “servirá de balisa para a Justiça e deverá repercutir em todas as instâncias no país”, avaliou hoje (30) a corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon.

Ela estima que os próximos votos dos ministros do STF deverão seguir “a linha até aqui mostrada, e as decisões serão um farol para iluminar o que teremos daqui para a frente, no futuro”. Para a corregedora, está claro para a população o que ocorreu em 2005, data em que o esquema foi denunciado.

Na sua avaliação, o Supremo “não falhou em nenhuma das considerações feitas, primeiro por tornar o julgamento possível, segundo por cumprir o cronograma estabelecido e, em seguida, por dizer o que disse até agora”.

Eliana Calmon, que deixará o cargo na próxima semana com o fim do mandato, disse que encontrou resistências no seu trabalho, ao assumir a corregedoria nacional há dois anos, na tentativa de melhorar o desempenho do Poder Judiciário. Para ela, as resistências foram reações naturais diante das mudanças promovidas. A ministra acredita, no entanto, que o seu trabalho vai continuar pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ainda que lamente não ter finalizado alguns projetos. “Na questão dos vencimentos dos magistrados, tentamos fazer um cadastro para saber quanto ganha cada desembargador, mas não foi possível.”

Segundo ela, é preciso "igualar a remuneração da categoria porque não é possível haver distâncias tão grandes nos vencimentos”. O primeiro passo para equalização nessa área, de acordo com a corregedora, já foi dado, com a assinatura da Lei de Acesso à Informação, que, na visão de Eliana Calmon, pode “sinalizar uma nova mentalidade [sobre o assunto] no Poder Judiciário”.

A ministra comentou o julgamento da Ação Penal 470 e fez a análise sobre sua gestão, nesta quinta-feira, ao lançar o programa de organização do pagamento de precatórios nos tribunais de Justiça do país.

Audiência do processo em que José Roberto Arruda é acusado de improbidade administrativa é adiada

Quinta, 30 de agosto de 2012
Do TJDF
Um dos processos que resultaram da ação policial conhecida como Caixa de Pandora acusa o ex-Governador José Roberto Arruda de improbidade administrativa. Hoje (30/8), foi marcada audiência de instrução para ouvi-lo e também outros acusados, entre eles Durval Barbosa, que apresentou vídeos de diversas autoridades recebendo dinheiro. No entanto, os advogados de Arruda e Jaqueline Roriz, que também está sendo acusada, pediram o adiamento da audiência para que possam ter acesso a novos documentos que foram anexados aos autos pelo Ministério Público. O pedido foi acatado pelo Juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública, onde tramita o processo. A audiência foi adiada para o dia 16/10.

Processo: 45401-3

TJDFT determina que 80 por cento do efetivo da Polícia Civil do DF retorne ao trabalho

Quinta, 30 de agosto de 2012
Do TJDF
A desembargadora relatora do Conselho Especial do TJDFT deferiu, em parte, pedido liminar em Ação de Dissídio de Greve ajuizada pelo Distrito Federal contra a greve de policiais civis do DF. Na decisão a magistrada determinou a volta de 80% da categoria ao trabalho, o livre acesso de todos os servidores e da população em geral à unidades policias e que os grevistas se abstenham de fazer qualquer manifestação ou ato que implique no fechamento de vias públicas ou que causem transtornos à livre circulação de veículos. Foi fixada multa de R$ 100 mil para cada ato de desobediência à ordem judicial.

Os pedidos referentes à decretação da ilegalidade da greve, bem como do corte dos dias parados, serão analisados posteriormente pelo colegiado do Conselho Especial, quando do julgamento do mérito da ação.
Ao deferir, em parte, a liminar do DF, a desembargadora destacou: “Caso indeferido o pedido de antecipação dos efeitos da tutela, a segurança da população em geral poderia ser gravemente abalada diante das inúmeras atividades executadas pela Polícia Civil, com destaque para as investigações originárias previstas no CPP, a guarda de presos nos complexos penitenciários, dos médicos legistas, dos peritos criminais no auxílio e na execução das atribuições legais. Todavia, parte da pretensão do requerente deduzida na exordial refere-se ao mérito da demanda, seja no tocante à própria ilegalidade do movimento paredista, seja o corte do ponto e desconto dos dias parados, o que impõe aguardar-se o regular trâmite processual para análise do pleito, cuja decisão deve ser prolatada após cognição exauriente”, concluiu.

Processo: 2012.00.2.019155-9

Jorge Hage defende financiamento público de campanha como solução definitiva para corrupção

Quinta, 30 de agosto de 2012
Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
O financiamento público de campanhas eleitorais será a solução definitiva para a corrupção, segundo o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage. "Enquanto empresários se sentirem livres para ajudar a eleger políticos, a corrupção estará garantida", destacou Hage, em entrevista, depois de participar do programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços.

Segundo ele, "a disposição já manifestada pela presidenta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lucia de que as doações para as campanhas dos candidatos sejam declaradas 30 dias antes do pleito eleitoral e não mais 30 dias depois", será uma exigência muito favorável para o processo de democratização das eleições. A divulgação antecipada das doações de campanha, como defende a ministra, de acordo com Jorge Hage, será "uma decisão histórica".

Ao abordar a greve dos servidores públicos, o ministro disse que os grevistas puniram, na verdade, a população com a paralisação de setores que trabalham no controle da administração pública. Na empresa privada, segundo ele, "o grevista consegue prejudicar o lucro do patrão, mas no serviço público, a punição acaba sendo mesmo contra o próprio povo".

Além disso, sobre a Lei de Acesso à Informação, o ministro-chefe da CGU disse que a norma pode ser seguida também pelos executivos municipais e estaduais, com o objetivo de tornar os gastos públicos, nessas esferas, transparentes como agora ocorre na área federal.

TV Justiça ao vivo no julgamento do Mensalão (30/8)

Quinta, 30 de agosto de 2012
A sessão de julgamento do Mensalão começa às 14 horas

Ayres Britto é o último a votar na primeira etapa do julgamento do mensalão

Quinta, 30 de agosto de 2012
Renata Giraldi, repórter da Agência Brasil
O julgamento do chamado mensalão - Ação Penal 470 - no Supremo Tribunal Federal (STF) será retomado hoje (30), a partir das 14h, com o voto do presidente da Corte, Carlos Ayres Britto, último a votar nesta etapa. Dez ministros votaram na primeira fase, que se refere aos desvios de verba na Câmara dos Deputados e no Banco do Brasil. Após o voto de Ayres Britto, deve começar a segunda fase do julgamento que é relativa às denúncias sobre o núcleo financeiro do esquema.

Ontem (29), Ayres Britto disse que os ministros terão de definir as penas, no caso das condenações. Segundo ele, essa fase é obrigatória para todo o colegiado. O ministro Cezar Peluso, que se aposenta segunda-feira (3), adiantou seu voto com a definição de penas. Somando as penas, Peluso estipulou seis anos de prisão para o deputado deputado João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da Câmara, em regime semiaberto.

Avisa o formigueiro que lá vem tamanduá

Quinta, 30 de agosto de 2012
                                                                    Imagem da internet
 Acabo de ver no Blog do Cafezinho —blog que se deve ter nos favoritos e ser acessado diariamente— uma postagem que bem dá a exata noção do “eficiente” e “eficaz” “trabalho” dos nossos distritais. Quando não estão “lavrando” leis inconstitucionais, fazem indicações de coisas, se não absurdas, pitorescas.

Não é que o distrital Olair Francisco (PT do B) protocolou no dia 23 de agosto uma indicação requerendo providências do Executivo através da Novacap para que extermine um formigueiro na Avenida Hélio Prates, em Taguatinga?

Como bem observou o Blog do Cafezinho, uma indicação como a apresentada demora até seis meses tramitando por comissões até ser levada à aprovação do Plenário. Aí... bem, as formigas já teriam comido tudo que encontraram pela frente e que fosse do gosto delas.

Ao deputado Olair Francisco seria mais recomendável chamar tamanduá. Pois ninguém tem dúvida que o bicho é mais eficaz e rápido, apesar de desengonçado, que a CLDF e o paquidérmico e lerdo Executivo do DF.

PMDB sem viés


Quinta, 30 de agosto de 2012-08-29 
Por Ivan de Carvalho
1. Recebi na manhã de ontem um telefonema do ex-deputado Geddel Vieira Lima, principal liderança do PMDB da Bahia. Disse que ligara “mais para ouvir”, colher impressões, mas certamente algo tinha a dizer, porque disse e nisso esforçou-se para expressar-se com a maior clareza possível.

            O dia amanhecera com declarações de Geddel, diretor de Governo do Banco do Brasil, e análises delas publicadas na imprensa (Tribuna da Bahia) e na Internet.

O tom geral do que fora publicado passava a impressão de que – naturalmente na hipótese de seu candidato a prefeito, Mário Kertész, não classificar-se para o segundo turno – o PMDB se inclinaria a considerar com mais simpatia o apoio à candidatura do petista Nelson Pelegrino que a do democrata ACM Neto na segunda etapa das eleições de outubro.

Não há nada disso, afirmou Geddel Vieira Lima, enfático. Ele deu uma declaração bem simples: acredita que as eleições para prefeito de Salvador serão decididas somente no segundo turno e espera que o candidato do PMDB esteja entre os dois que estarão classificados. Mas, se não estiver, “vamos conversar com cada um dos dois candidatos classificados e apoiar aquele que julgarmos melhor para a cidade”.

“É só isso, não tem mistério”, disse, sugerindo que o tempo é de muita especulação, o que acha natural, mas deixando claro que não passariam mesmo de especulação quaisquer associações com fatos, circunstâncias ou declarações de terceiros que levem à conclusão de que há hoje qualquer inclinação do PMDB para apoiar especificamente um determinado candidato no segundo turno. “Falei e ficou parecendo na mídia que eu disse alguma novidade. Não houve novidade nenhuma. Eu só disse o óbvio”.

Geddel Vieira Lima diz estar constatando “movimentos” nas preferências do eleitorado, que teriam ocorrido durante a primeira semana da propaganda eleitoral gratuita, “o que demonstra que a televisão é um instrumento poderoso”.

2. Com a primeira semana da propaganda eleitoral gratuita, a candidatura petista do ex-ministro da Educação Fernando Haddad, patrocinada por Lula e agora que finalmente conseguiu ganhar a adesão da senadora Marta Suplicy, conseguir avançar em São Paulo.

Segundo o Datafolha, Haddad subiu seis pontos e está na terceira posição, com 14 por cento. Muito bom desempenho. José Serra, do PSDB, foi o patinho feio da pesquisa, caiu cinco pontos, de 27 para 22 e sua rejeição subiu cinco pontos percentuais, chegando a 43 por cento de eleitores que dizem não votar nele “de jeito nenhum”. Há dois anos, a cidade de São Paulo deu a Serra 40 por cento dos votos nas eleições presidenciais. Mas o ganhador dessa pesquisa foi Celso Russomano, do PRB. O PT, como quase todo mundo, achava que ele cairia rapidamente com o início da propaganda eleitoral pelo rádio e televisão, pois seu tempo é escasso. Ele atravessou a primeira semana da propaganda “gratuita” sem perder um ponto sequer – manteve a liderança, com 31 por cento das intenções de voto.

Em Belo Horizonte, o candidato do PSB com apoio dos tucanos de Aécio Neves bate, por enquanto, por 46 por cento a 30 por cento, o petista Patrus Ananias, imposto por Dilma Rousseff e Lula. Espetaculares estão mesmo as coisas é em Recife, onde o candidato do PSB, Geraldo Júlio, apoiado pelo governador Eduardo Campos, presidente nacional do partido, subiu nos últimos 20 dias de sete para 29 por cento. O ex-ministro Humberto Costa, candidato do PT imposto por Lula e o comando nacional do partido, de 20 de julho para cá sofreu queda de 35 para 29 por cento, colocando-se em um incômodo e perigosíssimo empate com o candidato do PSB.
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Este artigo foi publicado originalmente na Tribuna da Bahia desta quinta.
Ivan de Carvalho é jornalista baiano.