Terça, 7 de agosto de 2012
Carlos Newton, da Tribuna da Internet
Muitos comentaristas reclamam que o Blog da Tribuna não tem feito
matérias sobre outro importante tema de corrupção política – o mensalão
do PSDB em Minas, onde pontificava o mesmo Marcos Valério do mensaláo do
PT em Brasília.
Na verdade, após sete anos, o mensalão tucano ainda não foi julgado.
Ao contrário do que aconteceu em Brasília, a análise do caso foi
dividida entre Supremo Tribunal Federal e Justiça mineira. Mas até
agora, nada…
Azeredo aguarda a prescrição dos crimes
Os repórteres Amanda Almeida e Thiago Herdy, de O Globo, lembram que
“14 anos depois de supostamente ter ocorrido, sete anos após ser
descoberto e quase cinco anos depois de ser denunciado pela Procuradoria
Geral da República, ainda não foi julgado o mensalão tucano — chamado
de “origem e laboratório” do mensalão petista pelo ex-procurador Antonio
Fernando Barros e Silva de Souza.
Em 2007, a Procuradoria Geral denunciou 15 pessoas por peculato e
lavagem de dinheiro. A pedido dos advogados de três réus, o ministro
Joaquim Barbosa, relator do processo, decidiu desmembrá-lo em maio de
2009. Na época, apenas o então senador Eduardo Azeredo (PSDB),
considerado o principal beneficiário do esquema, tinha foro
privilegiado, argumento usado por advogados de outros réus para pedir a
sua divisão. Hoje, o acusado e senador Clésio Andrade (PMDB) também tem a
mesma prerrogativa. O Supremo já poderia ter julgado o caso, mas ainda
não entrou em pauta.
Com a decisão, a denúncia foi remetida à Justiça mineira, e só
Azeredo e Clésio respondem no Supremo. Uma das justificativas de Barbosa
para a decisão foi o grande número de réus sem foro privilegiado.
— No caso em análise, o motivo relevante que autoriza o
desmembramento é o número excessivo de acusados, dos quais somente um, o
senador Azeredo, detém prerrogativa de foro perante o Supremo —
registrou Barbosa na época, destacando que, como não há crime de
formação de quadrilha entre as acusações do mensalão tucano, as
possíveis decisões contraditórias entre o Supremo e a Justiça mineira
não teriam maior importância.