Terça, 7 de agosto de 2012
Mais de 2 mil famílias serão removidas por obras da Copa na cidade, diz
geográfa, que constatou outras violações de direitos por parte do poder
público nos preparativos do evento
Fernanda Keiko Ikuta é professora no departamento de Geografia da
Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), e membro do Comitê
Popular da Copa de Curitiba. Há mais de dez anos, Fernanda pesquisa o
problema de moradia em diferentes cidades e contextos. Seu último
trabalho “Moradia popular na ‘cidade-modelo’ em tempos de Copa”, ainda
em curso, mapeia a cidade de Curitiba e mostra como as pessoas serão
afetadas pelos preparativos para a Copa do Mundo de 2014. Em entrevista
ao Copa Pública, ela diz que seu trabalho está sendo dificultado pelo
poder público, que se nega a dar dados precisos, principalmente sobre
remoções: “Assim como não há dados oficiais precisos sobre as remoções
no país, em Curitiba o poder público também se nega a informar com
exatidão as áreas e o número de famílias que pretende remover de suas
casas. Sem essas informações em mãos, a população não consegue alavancar
um processo de organização e enfrentamento às intervenções urbanas que
têm se apresentado de forma arbitrária” E calcula que cerca de 2.000 a
2.500 famílias deverão ser removidas de suas casas por conta de obras
para a Copa em Curitiba e região metropolitana. Leia a íntegra