Terça, 27 de novembro de 2012
Da Agência Brasil
Brasil terá menor crescimento entre países do Brics, indica estudo da OCDE
Renata Giraldi
Relatório divulgado hoje (27) pela Organização para a
Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) indica que a economia
brasileira fechará o ano com um crescimento de, no máximo, 1,5%. É o
menor percentual entre os países que compõem o bloco Brics (Brasil,
Rússia, Índia, China e África do Sul). A maior previsão de crescimento é
a da China, 7,5%. Depois vêm a Índia (4,4%), a Rússia (3,4%) e a África
do Sul (2,6%).
Pelas projeções para o próximo ano e 2104, a China e a Índia
continuarão na liderança, registrando crescimento superior a 6,5%. O
Brasil, segundo as estimativas, deverá crescer 4% no ano que vem e 4,1%
em 2014. As economias da Rússia e da África do Sul terão expansão de 3% a
4%. Detalhes sobre o estudo podem ser obtidos na página da OCDE.
No capítulo sobre o Brasil, a organização informa que a economia
registra melhorias, mas abaixo da tendência geral de crescimento.
Segundo o relatório, há indicadores de confiança e projeções de queda no
desemprego. O estudo diz ainda que a inflação diminuiu e se
estabilizou. Mas alerta sobre a necessidade de mais investimentos nas
exportações.
Em relação à economia global, o relatório diz que a projeção é “uma
recuperação hesitante e desigual”, nos próximos dois anos. A OCDE
recomenda que as autoridades assumam uma “política decisiva” para
combater os efeitos da crise econômica internacional e evitar riscos de
recessão.
"A economia mundial está longe de estar fora de perigo", disse o
secretário-geral da OCDE, Angel Gurría. “Os governos devem agir
decisivamente, usando todas as ferramentas à disposição para retomar a
confiança e impulsionar o crescimento e a geração de emprego, nos
Estados Unidos, na Europa e em outros lugares ", acrescentou ele.
O documento alerta sobre a fragilidade da economia norte-americana,
enfraquecida pela recessão e sob efeito da crise global. Também informa
que a geração de emprego no mundo está em baixa, registrando cerca de 50
milhões de pessoas desempregadas nos países pesquisados pela OCDE.
A orientação da entidade é para que as autoridades estimulem a
abertura de vagas de trabalho. Para os pesquisadores, a tendência é que a
crise na zona do euro (17 países que adotam a moeda única) deve
permanecer, apesar das medidas de austeridade adotadas por vários
governos da região.