Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Lula ficou preocupado com a repercussão da afirmação, “serei candidato em 2014”, colocou na rua todo o Instituto Lula, não conseguiu desmentir. Dilma vibrando.

Segunda, 28 de janeiro de 2013
Helio Fernandes
Tenho deixado bem claro que agora ninguém mais segura o processo de discussão dos presidenciáveis de 2014. Na Primeira República não havia controvérsia, o paulista que assumia já sabia o nome do paulista que ia substituí-lo. Depois, duas ditaduras, uma de 15 anos, outra de 21, não havia sucessão.

Contando nos dedos, os nomes e números são muito poucos. A partir de 1998, com a reeleição inconstitucional, a renovação ficou cada vez mais restrita. Com o presidente no cargo, usando toda a potência da máquina, é difícil perder.

Pelo menos nas duas únicas oportunidades de reeleição, quem estava no cargo, continuou. FHC, que comprou o segundo mandato, e Lula, que usufruiu da modificação. O ex-presidente pode dizer, agora sem qualquer dúvida, que não sabia nada do que foi feito por FHC, em benefício próprio.

Surgiu, então, a terceira oportunidade de um presidente no cargo, tentar se manter. No caso de FHC só houve perplexidade, desconfiança e acusação. No de Lula, a ratificação mais do que esperada. Agora, com Dona Dilma, a repercussão é mais rumorosa. E antecipada. Envolve seu partido (qual?), o grande eleitor e patrocinador, menos adversários.

Por que tanta controvérsia e mudança de convicção? É que Dona Dilma, seguindo o mau exemplo de FHC e Lula, deveria ter garantido o segundo mandato. Mais convincente ainda por não ter, fora do PT, nenhum adversário. Sua reeleição deveria ser defendida pelo próprio Lula, que inventou-a para a primeira locação do Planalto-Alvorada.

Mas a nostalgia do Poder e a certeza de que é invencível levaram Lula a afirmações impensadas e apressadas. A mais contestada: “Serei candidato em 2014”. Manteve o grande eleitor de Dona Dilma na condição de grande eleitor, mas dele mesmo.