Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

domingo, 21 de abril de 2013

Fosse este um governo cumpridor de suas promessas, Brasília teria muito mais a comemorar

Domingo, 21 de abril de 2013
Brasília, 53º aniversário. Foto: Ivaldo Cavalcanti

O brasiliense quer sentir-se seguro, não ser alvo de 2,5 seqüestros relâmpagos, em média, por dia, não quer a Capital Federal registrando 54 homicídios por arma de fogo, em média, por mês.

Brasília, 21 de abril de 2013, 53º aniversário de fundação da cidade, o terceiro comemorado sob a administração Agnelo/Filippelli à frente do GDF. Fosse este um governo cumpridor de suas palavras, o brasiliense estaria comemorando esta data com uma cidade mais humana, melhorada, segura, preocupada com o meio-ambiente, com saúde, educação e segurança públicas de qualidade, serviços que historicamente distinguiram a cidade.

Mas o retrato é outro. Faltando 18 meses para que o brasiliense volte às urnas e decida quem deve governar os rumos do Distrito Federal por mais quatro anos, vemos uma administração centrada numa única obra: o estádio Mané Garrincha, que por sinal, foi alvo da submissão do GDF aos caprichos da FIFA, interessada apenas em arrecadar e deixar uma herança maldita para os contribuintes do Distrito Federal.

Fosse este um governo cumpridor de suas promessas, o caos na Saúde Pública do Distrito Federal teria sido resolvido em 90 dias. Hoje, não faltariam equipamentos, profissionais de saúde, medicamentos, vagas hospitalares em com base nos relatos dos órgãos fiscalizadores da Saúde, calamidades como a contaminação da maternidade do Hospital da Ceilândia, não teriam acontecido.

Mas ao contrário, o contribuinte do Distrito Federal viu seu governo dar uma canetada e transferir recursos antes assegurados para a saúde, educação, obras públicas para a construção de um monstrengo arquitetônico, que destoa da escala bucólica projetada por Lúcio Costa e que nada tem a ver com as linhas leves de Oscar Niemeyer. Por sinal, se era pra fazer uma obra monumental, porque não aproveitaram que o mestre ainda estava vivo e lhe encomendava o que teria sido o seu último projeto e talvez o único estádio de seu portfólio (é sabido que, na década de 50, ele concorreu com uma proposta para o Maracanã, mas perdeu). Desta forma, a exemplo do Sambódromo, o estádio poderia ter uma função social, quando não usado para os jogos. Quando não recebe o desfile de Carnaval, o Sambódromo é uma escola pública de tempo integral.