Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 24 de junho de 2013

A corrupção de 150 bilhões por ano, na dívida, ou melhor, da dívida

Segunda, 24 de junho de 2013
Da coluna de Hélio Fernandes na Tribuna da Imprensa

Há muitos anos, ainda na Tribuna impressa, escrevi de forma incessante contra o que passaram a chamar de “superávit primário”. Na época chegava a mais de 120 BILHÕES ANUAIS, absurdo total, completo e absoluto. Respondiam que o Brasil tinha dólares suficientes para isso e muito mais.


Repliquei, com dados, números e argumentos que ainda valem hoje. Mostrei de forma irrespondível que não existe superávit primário. Os países do mundo inteiro, têm déficit ou superávit. Colocar a palavra primário, depois de superávit, é apenas engodo, fraude, farsa, mentira, o apogeu da corrupção.


Os manifestantes pacíficos podem colocar esse “superávit primário” na pauta da reivindicação-insatisfação. Protestando e exigindo o fim desse desperdício de BILHÕES e BILHÕES, todo ano. Podem conseguir que isso acabe imediatamente, não precisa de lei, autorização, espera de anos. São 150 BILHÕES por ano, pensem em tudo isso APROVEITADO EM EDUCAÇÃO E SAÚDE.

Só para quem não sabe: esse superávit primário é a “economia” que o governo faz para pagar (desculpe, não é pagar, apenas amortizar), pagamos, e a “dívida” crescendo cada vez mais. E com os juros sendo aumentados desnecessariamente, quando a taxa sobe a dívida também sobe.


No momento, como a “dívida” está em praticamente 2 TRILHÕES, temos que entregar a especuladores financiadores 8 por cento ao ano, ou seja, mais de 150 BILHÕES. Quando a taxa sobe 1 por cento, precisamos “economizar” mais 1 BILHÃO E 500 MILHÕES. Como os credores são ávidos, mas “generosos”, quando não conseguimos tudo, recebem e acrescentam ao total o que faltou.

(Para mostrar de forma irrefutável como esse ROUBO [é de roubo que se trata] vem desde o início da República Velha. O presidente Prudente de Moraes, em 1896, expulsou do Palácio um Rotschild, que “exigia” o pagamento ou amortização dessa “dívida”. Prudente nem respondeu, tocou a campainha, veio um contínuo, ele apontou a porta da rua, disse apenas: “O senhor Rotschild está de saída”. Perplexo, o “prestamista” saiu. Apenas para lembrar: isso tem 117 anos).