Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 27 de julho de 2013

Em meio a tanta lama e tanto vexame só resta ao prefeito do Rio de Janeiro pedir para sair

Sábado, 27 de julho de 2013
Do Blog do Porfírio



Trapalhadas na jornada católica revelam erros  por escolhas que só serviram a interesses imobiliários





Cercado de mauricinhos incompetentes, Eduardo Paes incluiu o Rio no folclore das chacotas

Basta!

A cidade do Rio de Janeiro está passando por vexames de efeitos negativos dramaticamente irreversíveis.
O que vem acontecendo neste evento religioso é coisa do diabo. Fora o desempenho simpático do Papa, que ainda está em lua de mel com o trono, tudo cheira mal.

Esse cancelamento do grandioso ato final no terreno do empresário de ônibus Jacob Barata Filho, em Guaratiba, é a própria exposição explícita de um crime continuado: Estado e Município gastaram dinheiro na dragagem do rio Piraquê, construção de passarelas e ainda deram uma mãozinha no aterramento do terreno de manguezais em área DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE, programado para ser comercializado em 2014 num grande loteamento de 3 milhões e meio de metros quadrados.

Tudo para unir o “útil ao agradável”, em mais uma trapaça cujo truque é usar os eventos internacionais para favorecer interesses particulares, sabe Deus em troca de que. E tudo apesar dos questionamentos do Ministério Público, que previa uma tragédia caso uma porção de medidas não fossem adotadas naquela área, onde até água potável poderia faltar para os participantes da missa seguida de uma marcha de 8 Km a pé.

Incompetência como cartão de visita

Deu no GLOBO

A Jornada Mundial da Juventude trouxe muito menos peregrinos do que se esperava e muito menos do que divulgam seus propagadores. Mas é uma gente de paz, com a alma cordeira, deslumbrada pela presença do chefe da Igreja Católica, pelo intercâmbio com crentes de outros países e pela festa que tudo isso representa.

Se não fosse um "rebanho" dessa têmpera já teríamos presenciado o “estouro da boiada”.  Por que esses visitantes se tornaram personagens de uma semana de caos, de sacrifícios  pessoais,  que está tirando do sério também a população hospedeira, parte da qual aproveitou o “feriadão” e se mandou para longe, mesmo onde o frio é maior.

Desde o primeiro momento da chegada do Papa a prefeitura da cidade mostrou sua clamorosa incompetência. Como de propósito, meteram o seu Fiat Idea  na pista engarrafada,  desprezando a reservada para o trajeto, embora tivessem tido vários oportunidades de corrigir o erro. Por pouco o Papa não foi arrancado do carro.

No dia seguinte, foi o metrô que ofereceu sua contribuição ao desmazelo geral.  Parou e não havia ônibus para substituí-lo na emergência. Os visitantes ficaram no sereno, rezando a Deus para que uma alma do outro mundo viesse resgatá-los.

Prefeito cara de pau “não sabia” de quem é o terreno

Agora, a constatação de que o terreno do último ato era de fato um manguezal,  cuja escolha aconteceu burlando normas ambientais, favorecia  a um amigo e financiador de políticos corruptos, virou um charco e não tem como sediar a apoteose deixou meio mundo mal na fita. Essa área não tinha condições para nada, como vinha alertando o Ministério Público, mas ganhou aterro a custo zero (para seus donos) e seu metro quadrado seria valorizado para a comercialização prevista para 2014, ao ganhar visibilidade internacional.

Jornal O DIA  flagrou caminhão da Prefeitura dando uma mãozinha no aterro do Jacob Todo mundo sabia, conforme revelou o jornal O DIA no último dia 3 de julho, que esse manguezal pertence ao todo poderoso Jacob Barata, o  generoso chefão do sistema de transportes, amigo, irmão, camarada de uma fieira de políticos corruptos. Só o prefeito Eduardo da Costa Paes teve a cara de pau de dizer em entrevista coletiva que não sabe quem é seu proprietário, com que tenta encobrir o ato de favorecimento com confissões de incompetência.
Isto por que agora parece clara a razão do investimento de 1 bilhão de reais no tal BRT, ligando a Barra da Tijuca à Santa Cruz, e passando por Guaratiba, onde ainda é baixa a demanda de transportes, enquanto o viaduto do Joá, principal via de saída da Barra para a Zona Sul, era condenado pelo COPPE/UFRJ por sua “degradação estrutural”.
A escolha do terreno do Jacob Barata aconteceu apesar de sugestões sensatas para que essa missa final acontecesse ao longo da Presidente Vargas, com palanque na Candelária, tal como aconteceu no maior comício das "diretas" na década de 80.

Livrai-nos Deus desse senhor quando o Papa for embora

Eduardo da Costa Paes não tem nem preparo, nem estatura para responder por uma cidade de prestígio internacional,  que já não se resolve nem na sua rotina doméstica, quanto mais diante da responsabilidade de sediar eventos como essa jornada religiosa, a copa do mundo de futebol e os jogos olímpicos mundiais.

É prefeito lá por que usou do recurso primário da pior politicagem. Depois de ganhar a primeira eleição, apadrinhado pelo governador Sérgio Cabral,  à custa de manobras torpes, como um feriadão sob encomenda no domingo do pleito, cooptou um a um dos partidos concorrentes, oferecendo secretarias, prebendas e outras coisas mais.

Sua coligação de 17 partidos é sustentada por uma penca de arrivistas, clientelistas, carreiristas, lobistas, patrimonialistas, negocistas, uma turma sem vocação para a vida pública, na qual se incluem até partidos de discursos sofismáveis, a começar pelo PT, que está infestado de anões políticos, entre os quais o vice-prefeito Adilson Pires, supra-sumo da mediocridade, passando por PC do B. PDT e PSB, de históricos compromissos ideológicos.

Com a entrega de secretarias chaves a um entourage de mauricinhos amigos, esse incompetente forjado no forno do Cesar Maia tem tudo para incluir o Rio de Janeiro no folclore internacional das chacotas, como agora com essa do jornal de Chicago, afetando dramaticamente a auto-estima dos cariocas.
Quando o Papa for embora, espera-se que Eduardo da Costa Paes tome uma dose de “semancol” e peça para sair, por que de PEDIDOS DE DESCULPAS a população já está de saco cheio.
Quando o Papa for embora, espera-se que, em permanecendo como alcaide desta cidade inquieta, alguns partidos se deem conta da “furada” em que se meteram em troca de algumas sinecuras e de alguns favores,  pulem fora dessa embarcação desgovernada e tratem de se recompor com seus históricos e com uma população que cansou de imposturas.

Quando o Papa for embora, espera-se que as ruas voltem a clamar não só o “fora Cabral”, mas também o “fora Eduardo Paes”, azucrinando-lhes os ouvidos até que eles se manquem e se mandem com suas baratas tontas e seus malefícios insanáveis.

Basta!

O prefeito Eduardo da Costa Paes está nu. Não tem mais o que esconder. E nem onde se esconder. 
O Rio de Janeiro não é brinquedinho de amiguinhos deslumbrados, incompetentes e mal-intencionados. Não aguenta mais esses descaminhos que essa jornada de fé acabou expondo além de nossas fronteiras,  como prova exuberante dos maus lençóis em que envolveram a cidade mais internacional do Brasil.