Carlos Newton
Tribuna da Imprensa
Felizmente, a hegemonia total dos norte-americanos no mundo durou
pouco. Com a derrocada da União Soviética, no início dos anos 90, eles
julgaram que passariam a mandar em todos países, indefinidamente. Mas o
tempo passou, a China emergiu e a Rússia, quem diria?, saiu do estado de
catalepsia e foi recuperando as forças.
Durante a hegemonia americana, países indefesos foram covardemente
atacados e dominados, sob os argumentos mais sórdidos e até irreais.
Afeganistão, Iraque, Líbia foram de roldão. Agora, era a vez da Síria, e
tudo caminhava a contento.
A mídia internacional transformara em heróis os mercenários
fortemente armados que invadiram a Síria para impor os interesses dos
Estados Unidos e de seus aliados/áulicos (França, Grã-Bretanha e
Itália). E agora, com o argumento final das armas químicas, tudo estava
pronto para o novo massacre.
Mas os americanos não esperavam enfrentar tanta oposição da Rússia e
da China no Conselho de Segurança da ONU. Pior: não contavam com a
tecnologia russa, cujos satélites-espiões conseguiram flagrar os
rebeldes usando as armas químicas na Síria, para colocar a culpa nas
forças armadas do país. Foi realmente a salvação da Síria, porque a
manobra conseguiu desmoralizar os Estados Unidos e seus satélites.
Agora, todos os demais países deveriam festejar essa volta da Rússia
ao xadrez da política internacional independentes. Nada melhor do que o
equilíbrio, para que a balança da Justiça possa funcionar sem golpes e
manobras ignóbeis.
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