Sábado, 31 de agosto de 2013
Os jornais e TVs repercutem o que a
Secretaria Extraordinária da Copa declarou: há a injeção de R$12 milhões de
reais na economia de Brasília a cada jogo do Mané Garrincha. E muita gente está
engolindo isso sem nem questionar se é verdade ou não. Alguns “especialistas”,
para justificar, dizem que a venda de camisas dos times e suvenires cresceu
muito, daí...
Daí precisa ser muito ingênuo para acreditar que venda de camisetas e presentinhos cheguem a injetar milhões na economia do DF, e isso a cada jogo. Uma camisa “original” mais famosa é vendida por aí entre R$170 a R$220 reais. Tomando-se como base a de R$220, seriam necessárias mais de 54 mil vendas para completar os R$12 milhões. Se as de R$170, precisaria de se vender mais de 70 mil camisas.
Calma, sei que a “injeção” não é só pela venda de camisas, mas o argumento principal usado em entrevistas foi esse. O setor hoteleiro se beneficia, claro. Outros serviços, como alimentação, também. Mas vai uma diferença muito grande em afirmar que são R$12 milhões a cada jogo. Usaram quais critérios da pesquisa e metodologia para se chegar a esse número de R$12 milhões? Não divulgaram. Já que estamos falando de futebol, teria sido o método do chutômetro?
O Flamengo, por exemplo, já jogou várias vezes aqui. Os torcedores, especialmente os de Brasília, comprariam a cada partida mais uma camisa? Claro que não. E o torcedor que vem de fora, chega no dia do jogo e sai após a partida, já não vem orgulhosamente exibindo sua camisa na viagem?
Claro que tem de se reconhecer que uma parcela mínima, bem mínima, chega na véspera e faz um giro pelos principais pontos turísticos. Deixa algum dinheiro em loja de comida rápida, mais um tiquinho ali na esplanada e alguma grana um pouco maior no hotel. E pouco mais no restante do tempo.
Acredite quem quiser nesse tipo de dados “oficiais” jogados ao vento, simplesmente para serem repetidos/repercutidos pela mídia. Para tentar enfiar na cabeça do contribuinte que os quase DOIS BILHÕES de reais colocados no Mané Garrincha valeu a pena. É uma pena!
