Sábado, 28 de setembro de 2013
“Dinheiro, como todo mundo”, disse Delúbio
Soares – antes de avalizar um contrato de caixa dois com uma agência de
publicidade, em 2004
MURILO RAMOS E DIEGO ESCOSTEGUY
Revista Época
27/09/2013 20h55
O ano de 2004 foi especial para Lindbergh Farias, atualmente senador e
pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro pelo PT. Inexpressivo como
deputado federal e empacado politicamente pela imagem juvenil de
cara-pintada, imagem que o perseguia desde o impeachment de Fernando
Collor de Mello, nos anos 1990, Lindbergh percebeu que era hora de dar
uma sacudida na carreira. Com o apoio da cúpula do PT, decidiu sair
candidato a prefeito de Nova Iguaçu, uma das principais cidades da
Baixada Fluminense. Administrar Nova Iguaçu seria, como se confirmou
depois, um trampolim para projetos políticos mais ousados. Lindbergh
sabia que precisava tornar seu nome conhecido na região e, nessa
cruzada, contava com o respaldo dos próceres do partido, principalmente
do então ministro da Casa Civil, José Dirceu,
que via nele grande potencial. O primeiro passo era evidente: contratar
uma assessoria de marketing político para promover a metamorfose, aos
olhos do eleitorado, de líder dente de leite em gestor qualificado.
Escolheu-se para o trabalho a agência paulista Supernova Mídia, do
marqueteiro Carlos Colonnese, conhecido como Cacá. A parceria deu certo,
e a passagem de Lindbergh para o segundo turno das eleições municipais
entusiasmara a direção do PT. Mas também causara preocupação. Como a
campanha de Lindbergh arrumaria os R$ 2,7 milhões que o marqueteiro Cacá
exigia para continuar trabalhando?
>> A máquina de contar dinheiro
Lindbergh, de acordo com líderes do PT que coordenaram as campanhas do
partido em 2004, fez o que todos no partido faziam: foi pedir dinheiro a
Delúbio Soares, então tesoureiro petista.
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