Terça, 10 de setembro de 2013
Da Pública — Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo
Nova publicação traz brochuras, contratos e metadados sobre os principais atores da indústria privada da vigilância global.
As revelações de que a presidenta Dilma Rousseff tornou-se um alvo
direto da vigilância da NSA, a Agência Nacional de Segurança dos Estados
Unidos, acenderam um alerta de emergência no alto escalão do governo.
Documentos vazados por Edward Snowden, ex-analista da CIA (Agência
Central de Inteligência), mostram que a espionagem tem como foco números
de telefone e e-mails, além do rastreamento do IPs por meio de
softwares como o “DNI selectors”, capazes de fazer uma varredura por
todos os dados de navegação de um usuário na internet, incluindo seus
e-mails.
Mesmo depois de o vazamento de documentos secretos da NSA jogar luz
sobre a espionagem massiva realizada pela agência de segurança
norte-americana, continuam nas sombras as empresas que fabricam e vendem
essas tecnologias de vigilância e fazem lobby para o seu uso. Não há
nenhuma estimativa que mostre o tamanho desse mercado. Sabe-se que
apenas a área de spyware – um software-espião instalado sorrateiramente
no computador – movimenta US$ 5 bilhões, e tem potencial para crescer cerca de 20% ao ano.
Segundo levantamento do jornal The Washington Post, o “black budget”,
o orçamento destinado aos serviços de inteligência do governo dos
Estados Unidos, soma US$ 52,6 bilhões ao ano – mais de 68% disso vai
para a CIA, a NSA e o NRO (Escritório Nacional de Reconhecimento, órgão
responsável por desenvolver, construir e operar satélites de
reconhecimento). O valor reservado para as áreas de inteligência e
vigilância dobrou em relação a 2001. A maior parcela de gastos é com
coleta, exploração e análise de dados. Apenas a CIA tem um gasto
previsto de US$ 11,5 bilhões para coleta de dados em 2013. As empresas
contratadas são mantidas em segredo.
Quem lucra com tanta vigilância
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