Quarta, 27 de novembro de 2013
Junta médica da Câmara determina nova perícia em Genoino em 90 dias
Dê um clique sobre a imagem abaixo para ampliá-la
Luciano Nascimento, repórter da Agência Brasil
A junta médica da Câmara que examinou o deputado
licenciado José Genoino (PT-SP) determinou que ele seja submetido a nova
perícia em 90 dias. "A junta concluiu que o periciado não é portador de
cardiopatia grave do ponto de vista médico pericial", informa a nota
divulgada na tarde de hoje (27) pelos profissionais.
Para elaborar os laudos, os médicos se basearam nos exames feitos por
Genoino no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (IC-DF) e em
testes físicos aplicados pela junta.
Leia também: Genoino desiste de pedido de transferência para São Paulo
Leia também: Genoino desiste de pedido de transferência para São Paulo
O laudo, assinado por quatro médicos da Câmara dos Deputados, diz
que, após a cirurgia de correção da dissecção da aorta, em julho, o
quadro clínico de Genoino melhorou, do ponto de vista cardiovascular.
Mas, com a prisão dele, no último dia 15, houve piora na pressão
arterial e na coagulação sanguínea, o que, conforme os médicos, pode
evoluir para um quadro de cardiopatia grave.
"Trata-se de um indivíduo sob risco de desenvolver futuros eventos
cardiovasculares e progressão da doença. Nessas circunstâncias, a
atividade laboral poderia acarretar riscos tanto de descontrole da
pressão arterial que, em associação com a anticoagulação sanguínea
inadequada, aumentaria o risco de eventos cardíacos", diz a avaliação.
O laudo faz parte do processo de aposentadoria por invalidez aberto
por Genoino na Câmara. Os médicos determinaram que, após 90 dias seja
feita nova perícia para avaliar a capacidade laboral do deputado.
Segundo o cardiologista Luciano Cavalcanti, integrante da junta, esse
período vai servir para avaliar se, com o tratamento, haverá progressão
da doença.
"No momento, não existe cardiopatia grave. O que se pode dizer é que,
no momento, ele não tem condição de voltar ao trabalho", disse
Cavalcanti. De acordo com o médico, houve piora em relação à primeiro
avaliação. "O que houve de diferente de setembro para cá foi,
obviamente, a situação de stress a que ele foi submetido. E esse stress aumenta nitidamente os parâmetros da pressão arterial."
Apesar do uso de medicamentos, a pressão arterial ainda não está bem
controlada, por isso, é necessário um período maior, de 90 dias, para
que o remédio seja adequado, ajustado, para ver se a situação volta ao
controle, completou o diretor do Departamento Médico da Câmara, Jezreel
Adelino da Silva.
Ele esclareceu ainda que os médicos têm prazo de até dois anos para
avaliar o paciente e determinar se ele tem condições de voltar ao
trabalho. "Para que não aconteça algo que é pior, que é rotular uma
pessoa como inválida, com uma incapacidade definitiva, e ela nunca mais
poder voltar a trabalhar."
Genoino está preso desde o dia 15 deste mês, quando começou a cumprir
a condenação que sofreu na Ação Penal 470, o processo do mensalão.
Depois de preso, o ex-presidente do PT passou mal e foi internado no
Instituto de Cardiologia do Distrito Federal com suspeita de infarto. O
parlamentar cumpre agora prisão domiciliar.