Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 21 de dezembro de 2013

Agnelo fora do passo

Sábado, 21 de dezembro de 2013
Imagem da internet
Num batalhão militar durante o desfile da tropa a mãe de um dos recrutas se encontrava no palanque junto do comandante. A tudo assistia e demonstrava orgulho pelo seu filho fazer parte daquela tropa de elite. Eis que todos os soldados marchavam com o ‘passo certo’, menos um, exatamente o seu filho. Como o orgulho cega, ela apontou para os pés do seu pimpolho e falou para o comandante e as outras mães que ali estavam:

— Olha que lindo! Todo o batalhão com o passo errado, só o meu filhinho marcha no passo certo. Só ele está perfeito. Lindooo!!!

Por que lembrar essa historinha que é contada por aí há muito tempo?  Por se assemelhar um pouco ao que se viu ontem numa entrevista do governador Agnelo Queiroz ao DF TV, Globo. Ele, que no ano passado (2012) tinha dado ao seu governo a nota seis, ontem na entrevista disse que em 2013 daria um oito. Ou seja, na ‘opinião’ dele o governo do DF melhorou mais de 33 por cento do ano passado para este que está acabando.

Enquanto a opinião do povo do DF, como demonstrou a pesquisa recente, vai num passo só e numa marcha batida, e coloca o governo Agnelo/Filippelli como o segundo pior do Brasil, o governador, cujo governo não consegue acertar o passo, troca as pernas, e nunca firma o passo na direção certa, se avalia muito positivamente.

Na historinha lá do início desta postagem, a cegueira e o elogio vieram da mãe do recruta. Na entrevista de ontem a coisa é pior. Foi o próprio recruta que diz que acertou o passo e, por via indireta, indica que a opinião pública é que está com o passo errado. É o batalhão indo para um lado e ele pra outro.

É verdade que, talvez, ainda dê para acertar o passo. Mas é tanta gente do próprio pelotão do governador chutando o calcanhar do governo, que o recruta tropeça, bate um calcanhar no outro e derruba a saúde, a educação, o transporte público, o metrô, a segurança, e também coloca em risco a manutenção do tombamento de Brasília.

Haja passo trocado!