Segunda, 27 de janeiro de 2014
A juíza da 3ª Vara Cível de Brasília condenou a Brasil
Saúde Companhia De Seguros - BB Seguro Saúde e o Hospital Santa Luzia
S/A a pagarem indenização por danos morais devido a inclusão de
paciente em cadastro de inadimplentes.
O paciente contou ser
segurado do BB Seguro desde outubro de 2008. Em novembro solicitou
autorização para a realizar cirurgia de urgência para extração de cisto
na coluna lombar. O pedido foi deferido, no entanto, em janeiro de 2009,
recebeu um telefonema do hospital cobrando o valor de R$ 75.924,00,
referente aos materiais cirúrgicos utilizados. Em abril, seu nome foi
inscrito no cadastro do Serasa por determinação do hospital.
O hospital Santa Luzia S/A apresentou contestação na qual afirmou que
o autor assinou um Termo de Autorização para Tratamento e
Responsabilidade por Despesas Hospitalares não autorizadas pelo plano de
saúde. Disse que o plano de saúde se negou a cobrir os materiais
utilizados no procedimento, por isso a cobrança foi direcionada ao
autor, inclusive mediante inclusão de seu nome no Serasa.
A Brasil Saúde Companhia de Seguros também apresentou contestação na
qual afirmou que houve negativa parcial de cobertura dos materiais
solicitados.
Em réplica, o paciente reiterou não ter assinado termo de
responsabilidade fornecido pelo hospital, mas explicou que o termo foi
assinado por sua mãe, que o acompanhava.
“Se os materiais foram indicados pelo médico assistente, inclusive com justificativa, não cabe ao plano de saúde a recusa, de modo que a cobrança equivalente seja redirecionada ao paciente, que nenhuma influencia tem na escolha desses materiais. Nem o Hospital de onde foram utilizados os materiais, nem o plano de saúde, podem repassar ao consumidor de seus serviços a responsabilidade pelo pagamento de instrumentos que foram utilizados sem que fosse previamente informado quanto à negativa de cobertura, de modo justificado e prévio à utilização.O autor provou que esteve com seu nome inserido nos cadastros de inadimplentes em virtude de débito junto ao Hospital, por cerca de um mês, no ano de 2009. Restou comprovado o descaso para com o paciente, a inadaptação aos termos esperados na política nacional de consumo e a ofensa à dignidade do consumidor. Considerando tais peculiaridades, bem como o tempo que o nome do réu esteve inserido nos órgãos de proteção ao crédito, fixo o valor de R$ 3.000,00, a título de compensação por danos morais”, decidiu a juíza.
“Se os materiais foram indicados pelo médico assistente, inclusive com justificativa, não cabe ao plano de saúde a recusa, de modo que a cobrança equivalente seja redirecionada ao paciente, que nenhuma influencia tem na escolha desses materiais. Nem o Hospital de onde foram utilizados os materiais, nem o plano de saúde, podem repassar ao consumidor de seus serviços a responsabilidade pelo pagamento de instrumentos que foram utilizados sem que fosse previamente informado quanto à negativa de cobertura, de modo justificado e prévio à utilização.O autor provou que esteve com seu nome inserido nos cadastros de inadimplentes em virtude de débito junto ao Hospital, por cerca de um mês, no ano de 2009. Restou comprovado o descaso para com o paciente, a inadaptação aos termos esperados na política nacional de consumo e a ofensa à dignidade do consumidor. Considerando tais peculiaridades, bem como o tempo que o nome do réu esteve inserido nos órgãos de proteção ao crédito, fixo o valor de R$ 3.000,00, a título de compensação por danos morais”, decidiu a juíza.