Segunda, 6 de janeiro de 2014
Da Agência Senado
Pesquisa realizada pelo DataSenado mostrou que 78,1% dos brasileiros
apoiam a ideia de tornar a educação básica – envolvendo a educação
infantil, o ensino fundamental e o médio – responsabilidade exclusiva do
governo federal.
A proposta, defendida pelo senador Cristovam Buarque
(PDT-DF), foi rejeitada por apenas 19,1% das pessoas ouvidas no
Distrito Federal e nos 26 estados brasileiros entre 18 e 30 de
setembro. Os 2,8% restantes não souberam ou não quiseram responder.
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Veja a íntegra dos resultados da pesquisa
Em discurso no Plenário na terça-feira (12/11),
Cristovam ressaltou que esse foi o caminho percorrido pela maioria das
nações do mundo que conseguiram elevar a educação básica a padrões
aceitáveis de qualidade. Pela mesma razão, o senador sugere que o
governo transforme o Ministério da Educação em Ministério da Educação de
Base, repassando todas as atribuições relacionadas com o ensino
superior para o Ministério de Ciência e Tecnologia. Em defesa de projeto
que apresentou nesse sentido, aprovado também ontem [13/11] pela Comissão de
Educação, Cristovam argumentou:
– Criança é coisa de prefeito. Para o governo federal, é peixe que é
importante. Aí tem um ministério para cuidar dos peixes, mas nós não
temos um ministério para cuidar das crianças. Nós temos, na área de
economia, pelo menos uns dez ministérios diferentes. Para a educação,
apenas um. Na maior parte dos países onde deu certo a educação de base,
havia um ministro responsável por olhar, cuidar, influir na educação de
base. Onde não teve isso, não deu certo. Por isso, a minha proposta -
disse.
A pesquisa do DataSenado, que ouviu 811 pessoas (com 16 anos ou mais)
por meio de entrevistas telefônicas, colheu várias outras informações
interessantes sobre as percepções da população em relação à questão
educacional. Veja a seguir os seus principais resultados.
Federalização da educação
A ideia de transferir para a União as atribuições
relativas à educação de base obteve maior aceitação entre os
entrevistados com renda mais baixa. Das pessoas com rendimentos de até
dois salários mínimos, 80,4% mostraram-se favoráveis à proposta. O apoio
foi de 52,9% entre os que disseram receber mais de dez salários
mínimos.
Além de encampar a proposta de federalização do
ensino básico, a maioria dos entrevistados é favorável à priorização dos
investimentos no ensino fundamental. Para 65,2% dos brasileiros, é
nele que deve ser aplicado mais dinheiro público.
Os entrevistados também demonstraram apoio à
unificação nacional dos salários dos professores da educação básica
(83%) e o estabelecimento de um processo seletivo nacional, com os
mesmos critérios em todo o Brasil, para a contratar professores da
educação básica (87,9%).
Qualidade da educação
Foi mal avaliada a qualidade da educação pública no país. Só 9% dos
entrevistados a consideram “boa” ou “ótima”. Para 53,8%, ela é “ruim” ou
“péssima”. Os 36,6% restantes a definiram como “regular”.
Como a mesma pergunta foi feita em pesquisa realizada pelo DataSenado
nos meses de junho e julho de 2011, foi possível comparar os
resultados de agora com aqueles colhidos dois anos antes.
O confronto dos números indica que piorou significativamente a
avaliação que os brasileiros fazem do ensino público. Os percentuais de
ótimo e bom somados caíram pela metade, de 18% para 9%. Os de ruim e
péssimo cresceram de 37% para 53,8%.
Maiores problemas da educação
Os baixos salários foram apontados como o maior problema da educação
pública para crianças em todas as cinco regiões geográficas do país,
alcançando no total 31,7% das menções.
“Professores sem qualificação” e “estrutura física ruim” ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente.
Fonte: Agência Senado