Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Direção da Petrobras boicota desconto assistencial para a campanha do petróleo

Terça, 21 de janeiro de 2014

Do Sindipetro - Rio de Janeiro
O Sindipetro-RJ votou em Assembleia o desconto assistencial de 1% aplicado sobre o valor do salário base, para financiar a campanha contra a privatização do nosso petróleo e o desmonte da empresa. Mas atenção, petroleiro, não se deixe enganar: este ano, além de omitir a finalidade do desconto solicitado, a empresa está propagando uma mentira, divulgando, por meio de ofício, que se trata de uma “contribuição assistencial sobre a antecipação da PLR 2013”.

O Sindipetro-RJ está estudando os meios jurídicos para barrar essa falcatrua, se possível junto ao Ministério Público. Em paralelo, a direção da entidade vai avaliar se realiza o enterro simbólico do diretor do Compartilhado, José Eduardo Dutra [ex-senador do PT sergipano], que em última instância é o responsável por essa pilantragem.


Não é a primeira vez que a direção da empresa tenta boicotar o desconto assistencial que financia a Campanha O Petróleo Tem que Ser Nosso. Mas esse ano a gerência se superou. A antecipação da PLR 2013 é um valor maior que a média do salário base. Essa confusão teria sido acidental? É muito pouco provável.

DESCONTO FINANCIA CAMPANHA DO PETRÓLEO - O desconto assistencial está previsto em lei e no ACT dos trabalhadores, desde que aprovado em assembleia. Os trabalhadores têm prazo de um mês para se manifestar, concordando ou não com o desconto. O Sindipetro-RJ só conta com as seguintes fontes de receita: a contribuição dos associados que espontaneamente se filiam à entidade, para as despesas correntes; a contribuição assistencial de 1% sobre o salário básico, que financia a campanha do petróleo; o imposto sindical (o governo desconta do petroleiro um dia de trabalho e repassa para as entidades de classe), que é devolvido pelo sindicato àqueles petroleiros sindicalizados que assim o solicitam, por não concordarmos com descontos compulsórios do trabalhador.

No caso do desconto assistencial, pedimos a colaboração de todos. Trata-se de uma contribuição de apenas um por cento do salário básico, descontado em dois meses. Os recursos serão utilizados para pagar e divulgar o novo filme da campanha contra os leilões do petróleo e a nova animação, ambos concluídos. Vai contribuir com dezenas de blocos carnavalescos que vão desfilar divulgando a campanha do petróleo. Vai repor aos cofres do sindicato os recursos que gastamos com o ato-show no aniversário da Petrobrás, rádio, televisão, busdoor, no Rio e em Brasília, para denunciar os três últimos leilões (11ª e 12ª rodadas e Libra), além de financiar projetos futuros.

LEILÃO DE LIBRA - Se não conseguiu barrar o leilão de Libra, a campanha do petróleo teve o mérito de provocar intenso debate, permitindo o acesso a informações normalmente boicotadas pela grande mídia. O leilão ocorreu numa segunda-feira de manhã, em local de acesso difícil. Mesmo assim centenas de militantes se mobilizaram, dispostos a enfrentar a Força Nacional: Exército, Marinha e Aeronáutica, um enorme aparato montado pelo governo federal contra cidadãos brasileiros desarmados.

Ainda assim, o povo brasileiro resistiu e protestou, debaixo de balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo, de cacetetes e prisões ilegais. A repercussão foi tão grande que obrigou a presidenta Dilma a tentar justificar o injustificável, em rede nacional.

É com o dinheiro do desconto assistencial que financiamos revistas, jornais, cordéis, panfletos, faixas, balões e outros materiais. Apoiamos movimentos sociais e estudantis, nossos parceiros na campanha do petróleo. Tudo é feito com transparência, prestando contas à categoria, com balanço contábil amplamente divulgado e aprovado pelo Conselho Fiscal e em assembleia aberta a toda a categoria.

Defender a Petrobrás, empresa construída com o suor e a luta de seus trabalhadores e do povo brasileiro, é questão de princípio para a direção do Sindipetro-RJ. Nessa batalha, temos enfrentado entreguistas instalados no governo federal e na direção da empresa; processos na justiça; gás de pimenta e lacrimogêneo; balas de borracha.

Mas o pior é a burocracia de gerentes, que fazem de tudo para tentar inviabilizar o Sindipetro-RJ. Chegaram a levar seis meses para cadastrar entradas e saídas de associados à nossa entidade. Retiraram de nossos quadros sociais, indevidamente, dezenas de aposentados, que depois retornaram. Chegaram a criar um grupo de trabalho para resolver o “problema”. Os petroleiros que tentam se sindicalizar ao Sindipetro-RJ continuam a reclamar da demora. A atual direção da entidade tem tudo isso documentado, através da troca de ofícios.

Contra o boicote desses maus brasileiros, a serviços de interesses externos, a melhor resposta a ser dada pela categoria é respaldar o desconto assistencial, mantendo viva a resistência em favor da Petrobrás, obra do povo brasileiro e da soberania popular.