Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

‘Rolezinho’ no shopping e ‘rolo’ no GDF

Segunda, 20 de janeiro de 2014
Os jovens de Brasília ainda não fizeram um ‘rolezinho’ em shoppings da cidade, apesar de já terem programado pelo menos dois. Em compensação, pelo que se vê frequentemente na imprensa (nem em toda a imprensa, claro), o GDF parece que é chegado não a um 'rolezinho', mas a um rolo. E não em um só. É rolo aqui, é rolo ali, é rolo na educação, é rolo no transporte, é rolo no esporte, é rolo na saúde.
Se a polícia militar reprime os inocentes ‘rolezinhos’ pelos shoppings do Brasil, aqui em Brasília quem combate os ‘rolos’ do GDF é, principalmente, o Ministério Público do DF, pois oposição quase que não existe. Na Câmara Legislativa foi um ‘rolo’ só. Um rolo compressor que atravessou a Praça do Buriti em direção à CLDF e passou distribuindo milhares de cargos em quase todos os órgão do GDF. Especialmente nas administrações regionais e secretarias de governo.
Mas vamos ao mais recente ‘rolo’ descoberto no GDF. ‘Rolo’ que jamais pode ser classificado como um rolinho, pois seria, na verdade, um ‘rolezão’ em  cima dos cofres públicos.
Estou falando do ‘rolo’ denunciado em 18 de dezembro passado pelo Blog Coluna Esplanada (Portal Uol), do jornalista Leandro Mazzini. O governo do DF comprou por R$4,5 milhões (isso mesmo, quatro milhões e meio de reais), com dispensa de licitação, um aparelho de exoesqueleto robótico  para fisioterapia. O superfaturamento seria de cerca de R$3,5 milhões, visto que tal equipamento é vendido por aproximadamente R$1 milhão, e isso é o preço final incluindo a instalação.
Feita a denúncia, veio aquelas costumeiras explicações que não justifica nada. Muito blá, blá, blá, e que o empenho do pagamento foi anulado, pois haveria agora a contratação de serviços de terceiros para substituir os serviços que o equipamento faria.
Hoje (20/1) o jornalista Leandro Mazzini (do Blog Coluna Esplanada) voltou a falar do problema. O empenho foi anulado, mas o contrato não. Informou ainda que o Ministério Público do DF abriu —em razão das denúncias envolvendo a compra do equipamento— ação por improbidade administrativa contra Rafael Barbosa, o todo poderoso secretario de Saúde do governo Agnelo, e candidatíssimo a deputado federal pelo PT.
Que haja mais 'rolezinhos'. E nenhum rolo.