Quarta, 15 de janeiro de 2015
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Nesta
quarta-feira (15), completam-se 95 anos da morte de Rosa Luxemburgo,
ocorrida de forma covarde durante conflitos de classe que se acirravam
com a formação da República alemã, com forte atuação de setores
revolucionários que se animavam com as vitórias do proletariado na
Rússia.
Neste mês se completam 95 anos do brutal assassinato da comunista
polonesa Rosa Luxemburgo. Ela foi uma combatente de primeira hora contra
o revisionismo teórico que irrompeu no interior da social-democracia
alemã. Condenou duramente o oportunismo de direita que ganhava corpo nas
direções dos sindicatos alemães, e defendeu a experiência da revolução
russa de 1905, especialmente o uso da greve geral como instrumento
importante na luta revolucionária. Quando se iniciou a Primeira Grande
Guerra Mundial e ocorreu a traição da maioria dos dirigentes da II
Internacional, Rosa se colocou ao lado de Lênin contra a guerra
imperialista e na defesa da revolução socialista. Foi fundadora do grupo
spartakista que daria origem ao Partido Comunista da Alemanha. Após sua
trágica morte, Lênin fez uma pungente homenagem à águia polonesa,
heroína do proletariado mundial, no discurso de abertura do congresso de
fundação da III Internacional.
O ATO FINAL
Era 15 de janeiro de 1919 e as ruas de Berlim estavam tensas. Por toda
parte viam-se os vestígios dos combates dos dias anteriores. As tropas
do exército alemão e os grupos paramilitares, os “corpos livres”,
desfilavam imponentes pelas ruas da cidade morta.
A insurreição parecia ter chegado ao seu final. Uma batalha havia sido
perdida, mas não a guerra. Assim pensavam Rosa e Karl Liebknecht, quando
foram sequestrados e levados ao Hotel Éden para averiguações. De lá
deveriam seguir para a prisão, onde se encontravam centenas de operários
revolucionários. Contudo, o cortejo faria outro caminho, que não era o
da prisão nem o do exílio. A burguesia e os generais alemães já haviam
decretado a sentença. Os dois foram conduzidos ao zoológico municipal
onde terminariam assassinados. Decerto, alguém se perguntava: “Quantos
tiros seriam necessários para matar o sonho da revolução alemã? No
zoológico de Berlim quem seriam os animais?”.
Mais tarde, sem identificação, dois corpos seriam jogados nas águas
frias do canal Landwher. A reação não queria deixar provas do horrendo
crime que cometera, mas todos sabiam quem eram os seus autores. Rosa
Luxemburgo e Karl Liebknecht estavam mortos, mas a história que
construíram se manteria viva na consciência dos comunistas de todo o
mundo.
Passados alguns anos, Brecht escreveria o seu epitáfio:
“Aqui jaz
Rosa de Luxemburgo
Judia da Polônia
Vanguarda dos operários alemães
Morta por ordem
Dos opressores.
Oprimidos,
Enterrai as vossas desavenças!”
OS PRIMEIROS PASSOS
Quem se prendesse apenas à sua origem social decerto não poderia
entender como aquela menina, nascida em 5 de março de 1871, filha de uma
abastada família de judeus poloneses, havia se transformado na Rosa
Vermelha, destacada dirigente do movimento comunista internacional.