Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Sobre a pacificação nos morros do Rio de Janeiro: a briga Época X Garotinho

Domingo, 9 de fevereiro de 2014
Da Revista Época (Organizações Globo)

Anthony Garotinho e a tentativa de sabotar a pacificação nos morros

O assassinato de uma policial na semana passada no Rio de Janeiro foi parte de uma reação do crime, que se junta à atuação de políticos que sabotam a paz

HUDSON CORRÊA E RAPHAEL GOMIDE, COM ANA LUIZA CARDOSO
Atualizado em 07/02/2014 21h28 
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DOSSIÊS O deputado Anthony Garotinho e o ex-chefe de polícia Álvaro Lins em 2003. Entre suas armas, estão a ameaça e a perseguição (Foto: Alexandre Brum /Ag. O Dia  )

Em verdadeiras operações de guerra, com tanques da Marinha e militares do Exército, o poder público retomou o controle de favelas cariocas dominadas por criminosos. De 2008 até hoje, foram reconquistadas 252 comunidades, onde vive 1,5 milhão de pessoas. Antes dessas ações, as áreas eram territórios de traficantes e milicianos, que desfilavam com fuzis e metralhadoras na mão. Para evitar que a bandidagem voltasse ao poder, o governo do Rio de Janeiro instalou Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nos principais morros retomados. Já há 36 UPPs com 9 mil policiais militares. Nestes seis anos, os homicídios diminuíram 65% nas comunidades ocupadas. Apesar das batalhas vitoriosas, a guerra não está ganha. Há muitas favelas para ocupar e, mesmo nas comunidades já retomadas, os bandidos ainda sonham em reconquistar os territórios perdidos. Mais recentemente, os criminosos passaram a adotar a tática de guerrilha. Em ataques-relâmpago contra as UPPs, disparam tiros de fuzil, granadas e coquetéis molotov.

As autoridades já esperavam essas dificuldades. A surpresa são os novos inimigos: os sabotadores da pacificação. O objetivo desse grupo também é territorial, mas no campo político. Suas armas são as ameaças, a perseguição, a produção de dossiês e uma série de outros artifícios para instalar o medo na população e desacreditar a segurança pública. Esses agentes do subterrâneo têm endereço conhecido e comando estabelecido. Eles operam num bunker na Rua Senador Dantas, no centro do Rio de Janeiro. Na liderança do grupo, estão o ex-governador Anthony Garotinho e o ex-chefe da Polícia Civil Álvaro Lins.


Pré-candidato a governador do Rio de Janeiro, Estado que já administrou de 1999 a 2002, Garotinho chama a ação nas favelas de “farsa da pacificação”. Seu objetivo é minar a administração de Sérgio Cabral, seu principal adversário político, e atacar sua maior conquista, o programa das UPPs, que reduziu os homicídios na capital em 48%. Se a coisa ficasse apenas no plano eleitoral, seria do jogo. Mas Garotinho extrapolou. Por meio de seu blog, ele divulga dossiês contra o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame. A torrente de acusações foi tamanha que, no ano passado, Beltrame entrou com uma queixa no Supremo Tribunal Federal. Na ação judicial, Beltrame afirma que os ataques contra ele ameaçam sua credibilidade e reputação diante da polícia. “O blog é um permanente corpo de delito”, diz a queixa ao STF. 

Clique aqui e leia a íntegra na Revista Época 
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Leia adiante a defesa que Anthony Garotinho postou em seu blog às 14 horas desse sábado (8/1) sob o título:

'Revista Época, a serviço de Cabral, inventa mentiras contra mim'

A Época publica na sua edição deste final de semana uma matéria recheada de mentiras, ofensas e ficções, que certamente terá como resultado mais uma ação judicial contra as Organizações Globo com pesada indenização, como, aliás, há sete anos a revista foi condenada em me indenizar em R$ 300 mil, valores da época.
 
Sob o título “Garotinho sabotador da pacificação” a revista mistura mentiras com ficção como vocês poderão entender agora. O projeto das UPPs vive no momento uma crise e a Época ao invés de apontar os verdadeiros culpados pelo fracasso do programa afirma que eu através do meu blog consegui desestabilizar a política de segurança do governo Sérgio Cabral. Sinceramente eu não sabia que eu tinha tanto poder e que o meu blog tinha tantos leitores.

O mais grave da matéria é que esconde dos leitores os reais motivos do fracasso das UPPs. O modelo do Rio não tem similar em lugar algum porque ignorou dois princípios básicos. Primeiro os bandidos do Rio não são presos, como aconteceu na Colômbia e em outros países, pelo contrário recebem aviso prévio para se mudarem temporariamente para outros lugares. Segundo: não existe ocupação social, aliás, Cabral extinguiu todos os programas sociais criados por mim e Rosinha. Com os bandidos soltos e sem ocupação para os jovens o tráfico retoma rapidamente o seu papel. Hoje o depoimento de qualquer morador de comunidade com UPP é que a polícia virou segurança de traficantes. As feiras de drogas funcionam livremente desde que não haja armamento à vista.